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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Desafio leia mulheres (dezembro): "A vegetariana" - Han Kang



Desafio Leia Mulheres mês de dezembro - autora asiática 
A vegetariana - Han Kang (143p. [L. 50. nov-2020])
Olha.. Esse livro fechou o ano com chave de ouro! A autora é da Coreia do Sul, já ganhou alguns prêmios e escreveu diversos livros, já quero todos! Q narrativa!! No começo, achei q era romance (gênero literário), depois achei q era um livro de contos e poderia ser pq cada capítulo funcionaria bem assim. Mas é msm um romance. E mt bem pensado e desenvolvido!! 
Foram 3 capítulos, cada um com mais ou menos 40 páginas e com um desenvolvimento q prende e n te deixa sossegar até, pelo menos, concluir um capítulo. 
Msm q eles tenham um "final", a curiosidade não acaba. É um livro de suspense, drama, questões psicológicas, pornografia (leve), envolto de mta arte, elementos da natureza, reflexões e descobertas a serem desvendadas. 
A protagonista da narrativa é Yeonghye, porém ela n se narra, não toma as rédeas da narração, mas é sobre ela q falam e o enredo é feito. O primeiro capítulo é de seu marido, Jeong, falando sobre ela, seu casamento e a pessoa q ela passou a ser ao longo dos anos de convivência, principalmente neste capítulo, a história parece suspense/terror. Ela se torna vegetariana, tem sonhos (pesadelos sanguinários) q a levam a tomar essa decisão. Passa a ter surtos, sua família não aceita. Ela conta sobre um trauma de infância, é descrita ainda a relação com a família e, talvez, a causa de toda desgraça. 
O segundo capítulo é "feito" pelo seu cunhado, Hyung, um artista, esposo de sua irmã mais velha. E q reviravolta tem essa história. Achei esse o melhor. Não foi só por causa da pornografia mais bem escrita q já li, nd é tão explícito e tem mta arte e natureza nessa questão, o q foi incrível, fiquei admirada com a imaginação da autora; mas pela sensibilidade q me gerou td q foi descrito. 
E o terceiro foi desenvolvido pela irmã de Yeonghye, Hiju. Mulher mt sofrida, se sentia responsável por td e todos, é bem solitária e não desiste da irmã, msm tendo milhares de motivos pra isso. Esse capítulo é o mais reflexivo de todos, com mtas questões psicológicas expostas. 
Yeonghye era uma mulher com doenças psicológicas, mas tinha as mais puras, lindas e imaginárias ideias a respeito de si, ligadas à Natureza. Me pareceu q isso se deu por conta do grd trauma q ela sofreu na infância e pelo tratamento do pai com ela e seus irmãos. N me causou pena em momento algum.. Vivia em um mundo paralelo e lidava mt bem com isso. Era feliz daquele jeito. 
Esse, sem dúvidas, é um livro q gera ressaca literária, então, prepare-se! Além disso, vou indicar pra Deus e o mundo rs. Amei! 

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A política - Aristóteles

 A política - Aristóteles (284p. [L. 50. dez-2020])

Esse livro foi uma dificuldade pra ser começado neste ano. Na lista dsd fevereiro e emprestado dsd o msm mês, finalmente, consegui, agora, dezembro. Fui priorizando outras leituras e o deixando pro final, mas foi e me sinto mt orgulhosa por isso (rs).
Ele é um compilado de aulas e um clássico da filosofia, de não ficção, e aborda questões que envolvem as formas de governos existentes nos estados da Grécia Antiga; os diversos motivos q levam a uma ascensão ou queda desses tipos de governo (constituições puras: realeza, aristocracia e república; e seus desvios, tirania, oligarquia e democracia, respectivamente); mudanças de um pra outros; "manuais" para certos governos darem certo ou não; a nomeação e designação de funções, além da necessidade de criação de leis e imposição de costumes, punições; voto, votantes, candidatos; controle, vigilância, território; divisão e nomeação de classes (como lavradores, artesãos, guerreiros, comerciantes, cidadãos (só esses podiam votar e ser votados, ou seja, olha a qtdd de gnt q n podia fazer isso), escravos, mulheres e filhos). Td isso pra se buscar uma constituição política perfeita.
Foi um livro bem indigesto, algumas vezes, pq o bonitinho do Aristóteles era beeeemm machista, racista, escravagista, aristocrático, a favor de privilégios e da desigualdade. Tinha péssimos argumentos pra justificar suas "insanidades humanas". Mas era bem comum e aceitável td isso na época, né? Não podemos esquecer disso, embora, não seja justificativa pra q não seja criticado. Certas coisas não podem passar batidas.
Porém, não há como negar q o cara foi um dos pais da filosofia, da política, da economia, do capitalismo, dos governos e td q esteja ligado a isso. Em alguns momentos, tem boas ideias, mas, vemos q o q ele propõe - assim como os caras q ele apontou e criticou, como Platão, Sócrates e outros reis e governantes da época e anteriores a ele - são teorias, q mt diferem da prática. 
Livro relativamente pequeno, mas mt denso, foi ficando repetitivo e com mtas notas no final, o q dispersa e cansa ainda mais, além disso, é filosofia, né, mores? É uma leitura q demanda várias releituras e leituras a mais. Valeu a experiência-desafio e agradeço ao Almir pela dica, q eu já tinha lido pedaços, por emprestar, pelas discussões (e qro mais) e por acreditar q eu não ia roubar seu livro (kkk). 

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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A história da mitologia para quem tem pressa - Mark Daniels


A história da mitologia para quem tem pressa - Mark Daniels (190p. [L. 49. out/nov-2020])

Quem me acompanha e me conhece (de vdd) sabe q eu sou apaixonada por mitologia. A minha preferida smp foi a grega, mas eu não conhecia mts. Esse livro me deu um panorama maravilhoso sobre mais algumas mitologias. Além da grega, antes desse livro, conhecia um pouco sobre a indígena, a romana e a nórdica. Ele apresenta breve e sucintamente sobre as 11 seguintes mitologias: australiana; maori; suméria; egípcia; chinesa; indígena norte-americana, sul-americana e centro-americana; grega; romana e; nórdica.
Percebi q, entre algumas, existe mt coisa em comum e, entre todas, uma coisa e outra, mas todas têm algo em comum. Elas explicam e dão origem a mts coisas q reproduzimos, falamos, acreditamos e vivemos. O q é chocante! Algumas mitologias exitem há mais de 100 mil anos, como a australiana, por exemplo. Todas tentam explicar a origem do universo, da natureza e dos seres humanos ou meta-humanos. Tb possuem deuses, seres mitológicos, lendas q, para mts é superstição, mas reproduzimos sem nem saber a origem ou o significado. Isso é incrível, pq, msm com a tentativa de acabar com a mitologia em diversas culturas, com o advento da filosofia, da explicação demasiada, da racionalização para td, ela não deixou e me parece q nunca deixará de existir no nosso cotidiano. E o ser humano necessita disso, acreditar em algo além dele, não ter explicações para td, precisa de magia, do sobrenatural, pq a vida é isso. Os sonhos, a utopia nos move, a falta de explicação nos mostra q n somos os soberanos no saber. E a mitologia causa mt isso, a literatura, a arte são smp novas, smp uma descoberta, uma eterna dúvida!
Os mitos têm uma moral, poderiam até ser invenções, eu não posso afirmar nd, mas eles tinham a pretensão de ensinar, de "manipular", de conduzir. E, outra coisa comum, é o fato de as histórias se cruzarem com questões espirituais, sobre-humanas pelo meio do caminho.
É importante relembrar q esses mitos se propagavam oralmente e se impressiona mais ainda, msm q depois da escrita e da falsa sensação de eternização das coisas, elas não deixam de existir. Q acatemos ao apelo de Neil Gaiman: não deixemos os mitos morrerem, q smp os recontemos e despertemos a vontade de recontá-los em outras pessoas.
Os únicos problemas com esse livro foram a edição, tinha alguns erros, mas nd grave, e algumas informações meio equivocadas. Acho esse livro tem um tom de "resumão mitológico" e algumas coisas acabam passando batidas, ou colocadas de formas desviadas. Mas vale mt à pena para iniciar a saga das mitologias ou relembrar coisas importantes ou essenciais sobre elas.
*Demorei um pouquinho pra ler o livro pq fui fazendo uns esqueminhas no papel pra assimilar melhor. O q acho super importante e peguei essa dica da Vanessa, minha colega de turma. 

Obs. : Não achei foto do autor :/

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Desafio leia mulheres (novembro): "Identidade" - Nella Larsen



Desafio Leia Mulheres mês de novembro - autora negra
Identidade - Nella Larsen (100p. [L. 48. nov-2020])

Esse livro foi bem doido!! Ele me deixou mtas questões em aberto e, antes de saber q ele é um clássico da literatura norte americana, eu já o considerei justamente por isso e por ser tão atemporal. É um livro pequeno, mas denso, no sentido de gerar mtas reflexões e questionamentos. As descrições, o desenrolar da história não se dão de forma tão clara. É aquele tipo de narrativa q vc não pode perder uma frase senão fica perdida. Isso me prende bastante!
O enredo é sobre se identificar, se aceitar e ser negro em Chicago, na primeira metade do séc. XX. É uma ficção, mas certamente dizia mt sobre a realidade daquela época, lugar em questão. Uma história q envolve a pauta da miscigenação, do embranquecimento, da tentativa de não perder suas raízes, sua identidade, ao msm tempo q, para fazer isso, se demanda resistência, autoconfiança, empoderamento. Q livro.. rs!!
A protagonista, Irene, se casou com homem negro e teve filhos negros. Ela tinha uma amiga, Clare, q se passava por branca, q negava sua negritude e a escondia, se casou com um branco e temia ter um filho ou filha q mostrasse ao marido q ela era preta. O q me gerou curiosidade, pois, no livro, não se descreve como ela fazia isso. Como uma pessoa consegue esconder a negritude e teme ter um filho q revele sua identidade?
Clare e Irene eram amigas de infância, mas a vida as separou, cada uma seguiu seu caminho. E se reencontraram num restaurante, Clare decidiu reatar essa amizade, mas elas têm uma relação estranha, pq Irene se entende negra, não aceita q Clare se esconda, mas o marido desta humilha pretos na frente delas e de uma outra amiga de infância, é como se o cara n percebesse q Irene tb era negra, e Irene n fala nd. Esta se entende preta, mas n se posiciona contra um racista e não aceita q o esposo fale sobre a realidade de ser preto em Chicago pros filhos, do preconceito q eles deveriam enfrentar.
Irene tenta se afastar de Clare, mas não consegue, ao msm tempo se incomoda e teme a descoberta do marido de Clare. Uma loucura..
O posfácio da Ryane Leão foi perfeito, mas ela aponta q elas tinham um quê de relação homossexual e eu fiquei de cara, pq não percebi nd nesse sentido!!
Enfim.. Esse livro tem mts questões sobre raça, racismo, identidade, sobre mulher, casamento, maternidade e outras a serem levantadas e discutidas, o q mais amo na literatura.
Se já leu, fala cmg!! Preciso de comentários sobre impressões dessa narrativa brilhante, confusa e necessária.

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domingo, 27 de dezembro de 2020

O meu pé de laranja lima - Vasconcelos


O meu pé de laranja lima - José Mauro de Vasconcelos (195p. [L. 47. nov-2020] 

O q é esse livro, Braseeelll!!! Mds.. Não tem explicação! É um clássico da literatura brasileira, do séc. XX. Eu tinha vontade ler há uns anos e agora consegui. Embora me questione pq n li antes, aceito q foi no momento certo. E foi perfeito.
Zezé é o protagonista da história, penúltimo dos 5 filhos de seus pais. A história se passa no Rio de Janeiro, na zona oeste, o q achei o máximo! Ele era mt esperto pra sua idade, aprendeu a ler sozinho, amava as palavras e aprender palavras novas. Ngm acreditava em sua capacidade, só o colocavam pra baixo e td era motivo de surra. A violência física contra criança nesse livro é pesadíssima. Td contribuía pra q ele fosse um adulto péssimo, cheio de complexos, violento, depressivo.. Fiquei pensando q essa é a realidade de mtas crianças no mundo, foi tenso demais.
O consolo dele era o pé de laranja lima da casa nova. Ele falava com a árvore, a q sobrou pra ele, depois de seus outros irmãos terem escolhido as maiores e mais bonitas. Acabou se contentando e deu certo. Aquele era seu único amigo, vivia diversas histórias imaginárias com ele, sua vida era menos pior nesses momentos.
Achei interessante como ele fazia de td pra tentar fazer a vida da família ser um pouco melhor, mas, ao msm tempo, aprontava todas, mt arteiro, smp apanhando até qse morrer.
Até q, em uma de suas peripécias, acaba fazendo amizade com um português rico, e aquele homem se torna sua maior inspiração. O cara o tratava como um neto. Eu até achei q ele seria um abusador de menores de idade, por causa do carinho e cuidado excessivos por uma criança, eu sou toda desconfiada com isso e tava esperando por isso, pq a vida de Zezé era só desgraça, mas, fiquei feliz q me enganei. Porém, uma desgraça aconteceu e não vou dar spoiller.
Foi tão triste a parte em q ele questiona pq o menino Jesus não foi bom com a família dele, q era boa.. Gente, eu chorei mt nesse livro! O processo q o leva a aprender coisas, perceber a realidade, a mudança de se viver da imaginação e passar a ver viver a realidade de fato.
A relação dele com a professora tb é incrível!! A q tinha com o cantor tb foi bem legal. Ele era mt safo, com qlqr pessoa q ele esbarrava causava paixão ou ódio rs. Um dos melhores livros q li neste ano.

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sábado, 26 de dezembro de 2020

Os Bridgertons (1) - O duque e eu - Julia Quinn

 

Os Bridgertons (1): O duque e eu - Julia Quinn (290p. [L. 46. nov-2020])

Olhaaa.. Questões sobre esse livro rs.. Decidi ler por causa da série q ia estrear (já estreou) na Netflix. Amei os babados, a história do jornal de autoria anônima, inclusive, acho que deveria ser mais prolongada, são parágrafos ou espécies de manchetes apenas. Tb curti mt o humor dos personagens, irônicos, engraçados e meio ácidos. Daphne é a minha personagem favorita, por enquanto (pq são 8 livros e pretendo ler todos, Deus me ajude!).
Os Bridgertons são uma família poderosa, do séc. XVIII, cujo chefe de família faleceu e a mãe permaneceu cuidando dos 8 filhos com louvor. Cada livro fala sobre a história de um filho e este é sobre Daphne, a primeira mulher, mas a quarta dos filhos  do casal. Ela estava em idade de casar, seus irmãos atrasavam a vida dela e Anthony, o irmão mais velho, tinha um amigo "galinha", Simon, recomendado a nem olhar a sua irmã. E o q aconteceu?? Exatamente o oposto e aí começa a guerra entre eles. Os dois acabam casando. Então, só cresce o machismo. 
Uma coisa que me incomoda demais em romances de época é a questão do machismo. Isso me preocupa por acabar sendo um influenciador de perpetuação ou propagação dessas ações inaceitáveis. Na minha opinião, Daphne meio que implorou, "obrigou" Simon a casar com ela, depois do q ele fez.. Isso foi bem tenso de engolir. Fora as questões de casamento, do silenciamento da mulher e de suas obrigações sociais baseadas no machismo. 
Percebi que tenho mta intolerância a ler esse tipo de coisa e achar o livro perfeito, como mta gente acha.. E eu fiquei de cara com isso, mas acho q descobri o pq, aguarde o final da resenha. 
Tô na esperança de a versão de "Orgulho e preconceito" de Ibi Zoboi ser maravilhosa a respeito de romance de época. Ela narra a história com personagens pretos e suas vivências, a obra se chama "Orgulho". 
Os personagens seguem bem àqueles clichês de o q é coisa de mulher e o q é coisa de homem. Mulheres são inocentes; condescendentes; têm q lidar com o mau-humor masculino e ter estratégias pra isso; msm sendo maltratadas têm q engolir isso e agir como se nd tivesse acontecido pra q ele fique bem; além disso, elas são privadas de várias coisas, como informações, sexo e beijo antes do casamento, coisas q se deram opostamente aos direitos dos homens. Eles eram tremendos teimosos, eternas crianças, com um ego sem medida e uma possessividade por td sem tamanho. Isso me cansa. Aí vc vai dizer: "Ah, Fernanda, mas é romance de época, o q vc queria?!". Ok. Mas a autora é contemporânea, diferente da Jane Austen, né? Tem coisas q n têm q, n devem ser reproduzidas.
Senti falta de mais descrição sobre o noivado e o casamento, e outras cenas legais. Ouvi dizer q a Julia tem preguiça de escrever.. rs. Tive q concordar..
Um ponto q merece destaque: mulheres não são psicólogas de homens e n têm q ser responsáveis por eles emocionalmente. A clássica frase "preciso de vc", "minha vida sem vc não faz sentido" e coisas do tipo são os clichês q aprisionam mulheres em relacionamentos abusivos... Olha.. Eu n consigo ler esse tipo de coisa e pensar "ah, é apenas uma leitura fictícia", n dá, mores.
Enfim, acho q o realmente torna esse livro tão aclamado, pra algumas pessoas, são as cenas de sexo. Como o assunto ainda é um tabu na sociedade, qnd aparece, é o auge, um deslumbre.. Não me incomodo com cenas de sexo em literatura, pelo contrário, mas esse livro teve questões mais interessantes. Até pq, vale relembrar.. O duque sentiu o hímen se romper(??) , pesado, né, gnt? rs.. Pelo amor de deus! Socorroo!!

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Os desafios da escrita - Roger Chartier

 

Os desafios da escrita - Roger Chartier (144p. [L. 45. nov-2020])

Tive que ler esse livro como base teórica para a minha pesquisa sobre José de Alencar, em q comparo o romance "A viuvinha", no jornal, chamado de  "folhetim"; e a versão  publicada em romance, pela primeira vez. Os dois do séc. XIX. A fim de observar as diferenças existentes e necessárias para a publicação em cada suporte, Chartier, pesquisador francês, me deu auxílio para tal desenvolvimento.
Esse livro é um compilado de palestras do autor e o objetivo de suas falas e estudos é mostrar os diferentes suportes (mecanismos de armazenamento), ou seja, os diferentes meios pelos quais o livro pode ser publicado e propagado. Ele traz a questão do e-book e da facilidade dos meios eletrônicos de tornar a leitura mais acessível.
O autor apresenta q atualmente, e não sei dsd qnd isso existe, a necessidade de se buscar por uma unicidade da linguagem, o que, para ele, é um grd erro. E, para mim, soa até fascista. Chartier aponta q a unificação gera o fim do q é o humano, ou seja, da memória, do nome e da diferença. Eu amei isso!
Não tem como existir uma língua universal ou comunicação universal, a única, segundo ele, q se aproximaria disso, seria aquela com o uso dos emoticons, mas numa comunicação não verbal apenas. O fato de o inglês ser considerado uma língua universal pode ser um mito, já que ela é unificada apenas para o comércio, q ele chama de imperialismo da língua.
Chartier levanta questões como a dificuldade de leitura em tempos de telas, celulares, imediatismos, ansiedades e pressa. O avanço da tecnologia traz novos suportes ao texto, mais acessibilidade, geralmente, e pode ser um desafio para os leitores. Ele ainda aponta o modelo wiki como eficaz na produção e propagação do conhecimento.
Discute a questão da autoria, com a onipotência e morte do autor em Roland Barthes, assunto caro ao séc. XX, q eu amo!! A questão do acesso tb é tratada, como a digitalização e a filmagem de textos/livros físicos, lembrando SEMPRE que os originais JAMAIS devem ser destruídos e parece idiotice, mas ele traz exs. de bibliotecas e hemerotecas destruídas, pq os originais foram armazenados em novos suportes. 
Traz ainda a literatura para fazer suas argumentações, como "D. Quixote" e a fábula de Borges. Depois desse livro, fiquei mais curiosa ainda pra ler Dom Quixote. Ele enfatiza q entre autor e leitor há uma multiplicidade de processos q dão vida ao texto e o bom tipógrafo, o responsável por esse processo, faz esse intermédio com louvor.
Não deixa faltar uma breve história da língua para entendermos a preparação do manuscrito, o histórico das edições das vendas de títulos, apresenta as diferentes formas de escrita existentes (manuscrita, epigráfica, pintada ou impressa) e seus plurais usos (político, administrativo, religiosos, literários, privados). 
Além de fazer uma abordagem histórica sobre a cultura gráfica antes dos impressos, principalmente  na Itália, e depois, na Inglaterra e França. Uma questão que achei mt interessante foi q a escrita era manifestação de poder pelas elites, mas tbm manifestação de existência ou afirmação  de protesto pelos mais fracos. Amo essas "subversões" populares! 
Enfim, ele ressalta a importância de cada inscrição e suporte de texto, nenhuma deve ser extirpada, substituída ou desvalorizada, mas um regaste da oralidade e do manuscrito, q nunca deixaram de existir, precisam ter sua importância devida. Hj, se valoriza mt o impresso, a escrita, mas literatura, o saber vão mt além disso. Enfatiza tb a questão da publicização do acesso à leitura e q devemos criar métodos pra não deixá-la morrer.
Devemos refletir: a imprensa não gera sábios. Acumulação de livros não gera saber. Reler sim é a ideia.

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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Gota d'água - Chico Buarque e Paulo Pontes

 

 


Gota d'água - Chico Buarque e Paulo Pontes (174p. [L. 44. out-2020])

Uma adaptação ou releitura (não sei as reais definições de cada palavra, mas é decorrente de uma obra original, de uma outra obra) da tragédia grega "Medeia", de Eurípedes, umas das minhas preferidas.
Na narrativa original, Medeia é uma feiticeira, da cidade de Cólquida, tem em sua genealogia o Sol e tem afinidades com a deusa Hécate, rainha das encruzilhadas. A protagonista, apaixonou-se por Jasão, matou seu pai por ele, traiu sua pátria e partiu com esse homem, facilitando a vida dele em diversas situações e fazendo-o vencedor de td q quisesse. Teve dois filhos com ele e viviam mt felizes. Até q Jasão chega a um reino, cujo rei era Creonte, cresce o olho nos interesses do reino, e aceita se casar com a filha dele, abandona Medeia e os filhos. Mas, como toda tragédia grega, Medeia se vinga de todos, principalmente de Jasão, q só se aproveitou dela e a descartou qnd achou q devia. Ela envenenou Creonte e sua filha, matou seus 2 filhos pra atingir Jasão e foi embora, alcançando seu objetivo. O desenrolar dessa história é perfeito!
No livro em questão, há uma adaptação pra realidade brasileira. O casal e a maioria dos personagens vivem no que podemos perceber ser um cortiço, lugar em q vivam os pobres, no século XIX. Joana era a protagonista (representando Medeia) e Jasão, seu esposo (não oficial, n eram casados no papel), que era bem mais novo do que ela. Eles têm 2 filhos. Os demais personagens são trabalhadores de fábrica, e o faziam apenas para pagar aluguel e tentar comer. A diversão deles era o boteco/venda e a farra no domingo.
Creonte era o dono da fábrica e proprietário/senhorio da vila em que os trabalhadores moravam e pagavam aluguel a ele. Era o típico detentor dos bens de produção e explorador da classe trabalhadora, como bem define Marx. Os moradores, incitados por Egeu ( tb personagem em "Medeia", era o ativista aqui na narrativa; na tragédia original, apareceu no final e partiu com Medeia), atrasam o pagamento, alegando estar cada vez mais caro e eles terem q escolher entre comer e pagar o aluguel e ainda dever. Além disso, Medeia, pra se vingar de Jasão e seus novos parentes, vivia a falar mal de Creonte e desmoralizá-lo para a Vila, tb contribuiu pra essa espécie de reivindicação de direitos.
O livro é uma aula de classes sociais, exploração e expropriação trabalhista, desigualdade de riqueza, capitalismo à brasileira.. É uma aula em forma de literatura, de marxismo.
ALERTA SPOILER: Por fim, o final se deu de forma diferente da obra original. Medeia tenta enviar os presentes envenenados para Creonte e sua filha, por meio dos meninos, e o pai não aceita, prevendo que tinha algo de errado naquilo. Então, ele expulsa os meninos da festa, eles voltam pra casa, ela invoca às suas referências espirituais e decide se matar e aos filhos com o próprio veneno que ela criou para Creonte e sua filha. Fiquei impactada!!
Curiosidade: O nome do livro é baseado em uma fala de Medeia, no mito original. Em q ela diz q é a gota d'água o que Jasão estava fazendo com ela.

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sábado, 12 de dezembro de 2020

O morro dos ventos uivantes - Emily Brontë




O morro dos ventos uivantes - Emily Brontë (368p. [L.43. set/out-2020)

Antes de qlqr coisa, preciso engrandecer a revisão dessa editora! Sem defeitos! Eu nunca li a obra original, mas a tradução tb estava perfeita!! A leitura flui melhor qnd esses quesitos estão em ordem! Parabéns aos envolvidos!! 
A princípio, parece ser td uma grande confusão e, dsd já, deixo uma dica: faça uma listinha com os nomes e sobrenomes dos personagens e características básicas sobre eles, pq, ao longo da narrativa, vc fica meio perdida e, pra q isso n aconteça, consulte à sua lista. São mts personagens e, uma hora, os narradores usam seus nomes, outra, seus sobrenomes, de vez em qnd surge um novo personagem ou um lugar novo, então dá uma confundida. 
A história vai sendo contada como se já conhecêssemos cada personagem, mas, só depois, vamos entendendo quem é quem. Isso dá um pouquinho de trabalho, mas achei super interessante pq não somos acostumados a ir construindo os personagens durante a narrativa, pelo contrário, temos td dado, explicado e posto, somos induzidos às armadilhas da ficção. Os clássicos passam longe disso e me encantam mt!
O enredo é sobre Lockwood q procura o Sr. Heathcliff para alugar a granja "Thrushcross". Acaba se hospedando na casa chamada "Morro dos ventos uivantes", por causa da tempestade, cujos moradores não eram sequer um pouco simpáticos, hospitaleiros e gentis, ao contrário, eram rudes, grosseiros e pareciam infelizes. Eu os detestei, no começo.
Lockwood voltou pra casa e, curioso a respeito daquelas pessoas, questiona a sua (uma espécia de) governanta sobre eles e a história se dá com Nelly contando sobre cada um, já que ela tinha sido criada lá e trabalhado pra eles antes.
Pontos que achei mt interessantes foi o q caracteriza um livro clássico, segundo Ítalo Calvino: a necessidade de se recontar a história, q os clássicos demandam. O clássico deixa questões em aberto e nos instiga de um jeito que gera a necessidade da repetição da narrativa, em busca de possíveis respostas ou não. O que alimenta a memória e a constrói. Nesse livro, essa "recontagem" (no sentido de contar de novo) se dá entre os personagens.
Assim, a metalinguagem (linguagem usada para falar de uma outra, nesse caso, um livro que conta histórias, contando histórias contadas pelos personagens) aparece claramente nessa narrativa. Os personagens recontam uma história antes vivida por si (como a Ellen) ou por outros (Catherine filha falando da mãe e Heathcliff filho falando do pai). Ou os filhos vivendo a msm coisa q os pais viveram (ainda q com suas nuances particulares). Essa narrativa reconta histórias o tempo todo, assim como foi "Frankenstein", tb um clássico, q li neste ano.
Outro ponto a destacar é a figura feminina nesse romance e, até sobre isso, não há uma tese certeira a respeito de um possível posicionamento da autora. Catherine Linton (mãe) era egoísta, manipuladora, dramática e infantil. Isabella Linton (cunhada da primeira), coitada, a típica mulher q vive e n se percebe (em alguns momentos) e n se admite (em outros) em um relacionamento abusivo (a mais sofrida personagem). Catherine, a filha, é desbravada, aventureira, mas se vê na "obrigação" de cuidar do imaturo, fraco e chantagista emocional Heathcliff filho. Então, ora as mulheres são submissas, ora empoderadas. E, para a época, ser submissa era bem comum, msm q houvesse as insurgentes. 

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Curiosidades sobre "A hora da estrela" e Clarice

 


Curiosidade 1 (O filme)

Existe uma adaptação brasileira, em filme, desse livro, de 1985, disponível no Youtube. Tem poucas diferenças do livro, no que diz respeito à história de Macabeia, aprendi com Raphael Montes q modificações são necessárias para uma boa adaptação, o que fez mt sentido, nesse filme.
E, em relação, ao fazer literário, não tem nada no filme (e nem sei como isso seria possível), o narrador, q parecia fazer parte da história, n aparece no filme. Embora, na vdd, o protagonista represente o eu-lírico da Clarice, não necessariamente um personagem, em si.




Curiosidade 2 (A entrevista)

Vi tb uma entrevista no Youtube: "Panorama com Clarice", para a TV Cultura, em que ela me parece bem depressiva, meio assustador seu jeito de viver a vida. Mas, como ela disse q morre qnd acaba uma obra e n está escrevendo,e, na entrevista, ela estava nesse período, talvez, ela fosse renascer, como ela msm coloca, em algum momento.
Eu amei a resposta q ela deu à pergunta se era mais fácil escrever para crianças ou adulto: "Quando me comunico com adulto, me comunico com o mais secreto de mim msm, então, é mais difícil".. Q momento, q não consigo definir rs
Outra passagem interessante foi o questionamento sobre qnd nos tornamos solitários. Primeiro, disse q não queria falar e depois respondeu q nos tornamos solitários a qlqr momento da vida, basta um choque inesperado. Isso faz todo sentido.
Segundo a cineasta do filme (Suzana Amaral), que falou sobre Clarice no vídeo, "A hora da estrela" é o retrato do Brasil naquela época, é um vômito da Clarice e o único livro em que ela toca o problema social do Brasil".
E a parte mas perfeita da entrevista é a q ela fala: "me entender não é questão de inteligência, mas de sentir", concluindo o raciocínio a respeito da pergunta sobre a questão de os leitores entendê-la. Ela conta a história de um professor de Língua Portuguesa e literatura, que tinha lido seu livro 4x e disse, a ela, não ter entendido, mas uma jovem de 17 anos dizia ser seu livro de cabeceira.. rs. Só amores por esse livro e essa artista brilhante q é Clarice Lispector.

E, mais uma vez, agradeço a Daiana, minha maior inspiração para literatura, por me indicar o filme e o vídeo, assim como smp estar disposta a devanear sobre literatura cmg.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A hora da estrela - Clarice Lispector

 

A hora da estrela - Clarice Lispector (88p. [L. 41. out-2020])

Gente, eu não tenho uma palavra pra definir esse livro.. Sério.. Pra mim, foi perfeito!
Eu conheci a Clarice pelo seu conto do ovo.. e foi um desastre (nem ela ela entende, segundo ela msm rs.. Imagina eu). Mas esse livro foi incrível!
Ele é bem fininho, li em um dia, mas adianto q é mt denso! Tem mtas reflexões e apontamentos profundos, q é impossível não parar, pensar, reler, sorrir, viajar.. rs
Eu divido esse livro em duas partes, o que não quer dizer que o "conteúdo" delas não apareçam, em certos momentos, nas duas.
A primeira é mt metalinguística (linguagem q explica ela própria ou a outra, nesse caso, a narrativa explica como se escreve uma narrativa ou sobre o fazer literário do autor ou do eu-lírico). Que reflexões!! O narrador-observador é um homem, que tem a intenção de contar a história de Macabeia, por quem era apaixonado. Só que ele fica se explicando antes de fazer isso e fala sobre suas agonias ao narrar, smp enfatizando q ele n vai dar conta de narrar essa história e q os leitores não criem expectativas. Mas narrar tal história parece ser mais forte do que ele, porque ele narra e para, se questiona e continua e, na segunda parte, engrena na narração.
Macabeia (q mulher sofridaa!! MDS) é paraibana, e vem do nordeste para SP, em busca de melhores condições de vida. Submete-se a receber menos q um salário no cargo de datilógrafa. Era analfabeta, de uma inocência sem tamanho. A grande questão sobre ela é a de não se conhecer, não saber quem ela é e o sentido de sua vida. O que é um grd perigo, pq ela aceita q façam qlqr coisa consigo e não se defende, não fala nada, não reage. Não tem identidade e não sabe q precisa disso.
Além do fazer literário e da falta de reconhecimento de identidade da protagonista (q gera diversos problemas), o enredo aborda questões como a desigualdade de classes, a exploração trabalhista, a violação de direitos, magia (com a cartomante, o que me lembrou o conto de Machado).
Clarice tb aborda as questões caras ao fazer literário da época (séc. XX), q, de acordo com o contexto sócio-histórico (a industrialização, a rapidez de td, a globalização), gerou um sentimento do eu-lírico de estar perdido, de incerteza, de desejar a solidão, de querer voltar à infância, ou seja, meio depressivo e saudoso do passado, agora, sem chão. O narrador de "A hora da estrela" é mt assim.
Eu fiquei desnorteada com essa história que é fictícia, mas tem mt da não ficção. E ainda tem um quê de autobiografia.

OBS.: O próximo post terá curiosidades sobre o livro e Clarice.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Somos dois - Herisson Ferreira Costa

 

Somos dois - Herisson Ferreira Costa (213p. [L. 40. out-2020])

Por meio desse livro me tornei oficialmente uma betaleitora! E tô amando a experiência! Eu nem sabia o que era isso, mas me inscrevi, pelo @betaleiores. Pra quem não sabe, betaleitor é aquele que lê o livro antes da publicação ou edição e sugere coisas, pontua sobre a narrativa, enfim, dá pitacos sobre a história.
O protagonista, Dylan, é um jovem formado em marketing digital, frustrado por não trabalhar em sua área (no começo da história). Ao invés disso, trabalha em um escritório, cumprindo regras monótonas e chatas; é aquele tipo de funcionário que dá a vida pela empresa e não reconhecimento.
Além disso, ele tem umas questões com a mãe, que o fizeram ser uma pessoa fechada, impaciente pra assuntos pessoais e bloqueado para relacionamentos. Até que Chayah aparece em sua vida (ou retorna para ela) e td muda, ele muda, na vdd.
No começo, achei q eles fossem irmãos, mas que tinham sido separados ao longo da vida, depois, eles têm um relacionamento. Mas tem um mistério aí, pq eles sentem coisas iguais em certas situações que vivem.. Não sei se tem algo espiritual envolvido nisso ou de ficção científica.. Isso me soou mt interessante, embora não tenha ficado claro ao longo da narrativa, nem ao final. Tb não sei se o autor resolveu essa questão.
No mais, Chayah é uma mulher incrível, que viveu um relacionamento abusivo, que trabalha com eventos em boate e em uma ONG de animais, na qual Dylan se envolve, mais tarde. Lembrei de q teve tb o clichê da mulher q "salva" o cara, que é o "divisor de águas" na vida dele, gerando, no cara, a necessidade da mulher pra ser sua "injeção de ânimo" diária ou uma espécie de terapeuta.
Se o autor clareou certas ideias essenciais para a história, está um livro bem legal e interessante. Inclusive, já esta disponível na Amazon em ebook e livro físico. Pra quem é KU (kindle unilimited), está gratuito. Leiam e me falem como ficou!!!
OBS.: Não achei foto do autor, ele é novo na área, me parece.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Desafio Leia Mulheres (outubro) Amora - Natalia Polesso



Desafio Leia Mulheres mês de outubro - Brasileira contemporânea 
Amora - Natalia Borges Polesso (141p. [L. 39. out-2020])

Aaaa.. Esse livro se tornou o meu xodó!! Eu, de verdade, estou lendo livros mt incríveis neste ano péssimo! Pelo menos isso, né?!
É um livro de contos da super bem-falada no mundo dos booktubers e bookstragramers (que eu amo!!) e eu tive a honra de ter acesso neste ano. 
Esse é um livro de contos, que eu só queria que fossem vários romances ou novelas rs (acho q tenho essa impressão com quase todos os contos que leio, smp quero continuação, msm que eles sejam (ou pareçam ser) suficientes. 
Nele, a Natalia narra histórias de mulheres lésbicas ou bi de uma forma mt perfeita e necessária pra humanidade!! MDS!! Ela aborda questões como a descoberta da sexualidade; o relacionamento homossexual e mts de suas nuances, como convivência, casamento, "herança" (em relação a questão judicial pós-morte da cônjuge); ter que se esconder por "não aceitação", preconceito familiar e social; términos de relacionamentos; términos e aqueles "choves-não-molham" de relacionamento lésbico (rs); as amizades lésbicas; os rolês lésbicos; as paqueras.. Cara, essa mulher é perfeita!! 
Outra coisa que achei super interessante foi o fato de ela ter abordado o relacionamento entre mulheres idosas, demonstrando que esses relacionamentos duram e que existe sim um conceito do que se pode chamar de familiar neles (embora eu tenha mtaaaas questões sobre a necessidade de reconhecimento como família, com esse nome e definição, q acarretam mtas coisas das quais discordo, mas Natalia foi brilhante em tudo).
Fico mt feliz e me sinto mt representada qnd vejo e leio minha vivência (de forma real) na literatura. Não que eu não valorize a ficção, mas as literaturas não devem existir pra reforçar preconceitos e propagar mentiras sobre realidades, sobre vivências.
Enfim, hj, é um dos meus livros preferidos!! 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Oréstia: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides - Ésquilo

 

Oréstia: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides - Ésquilo (200p. [L. 38. out - 2020])

Essa é uma trilogia clássica de tragédias da mitologia grega, de 548 a. C. Q eu tanto amoooo!! Tive que ler para a disciplina de Literatura Clássica II.
Chama-se "Oréstia" porque diz respeito a Orestes, assim como Odisseia, diz sobre Odisseu ou Ilíada sobre Íllion (tb chamada Troia). Orestes era filho de Agamenon e Clitemnestra (esses nomes da mitologia grega são ótimos!!), e será julgado por seus feitos, na última tragédia da trilogia, e lá, é instituído o tribunal, pela deusa Atena. Estão em jogo nessa trilogia, a verdade dos deuses, a verdade própria (da pessoa), a verdade dos homens e a verdade do Estado.
Como toda boa tragédia, as histórias se baseiam em maldições familiares, pela desmedida dos personagens (o exagero, o erro gravíssimo de algum humano); em vinganças, traições, q só acarretam mais maldições e mortes trágicas em histórias pesadas, mas viciantes.
Td começou com Pélops, avô de Agamenon e Menelau, grds guerreiros da Guerra de Troia, que matou um servo sem "motivo" e foi amaldiçoado por ele. Teve como filhos Atreu (pai dos 2 guerreiros) e Tiestes (pai de Egisto, q era amante de Clitemnestra). 
Então, Agamenon vai pagar por, pelo menos, 3 maldições: por ter sacrificado Ifigênia, sua filha, para acalmar a deusa Ártemis, o que revoltou sua esposa, Clitemnestra; por seu pai ter sido injusto com o irmão (Tiestes) e tê-lo feito comer os filhos sem saber; e pelo avô ter matado o servo. 
Clitemnestra se junta a Egisto e mata Agamenon e Cassandra, prêmio de Agamenon pela guerra (o que pode ter sido mais uma maldição, pois ela era uma espécie de sacerdotisa e foi violada no templo de Apolo). Essa trama que se desenrola em "Agamemnon")
Agamenon é vingado por seu filho, Orestes. Esse mata a mãe e seu amante (narrativa de "Coéforas", essas são as portadoras das oferendas). E Orestes é julgado se vai ser perturbado pelas Fúrias, seres que vingavam a vítima de morte cometida por parente (cuja narrativa se dá em "Eumênides" ["benevolentes"], nome dado às Fúrias, após o julgamento). 
Essa última é a que mais importa para a cultura grega e que traz influências para nós ainda hoje. Orestes, segundo seu destino e por ordem dos deuses, seria perturbado eternamente pelas Fúrias por ter matado sua mãe. Mas deseja "absolvição" dessa punição, pois alegava ter sido influenciado pelo deus Apolo, quem garantiu livrá-lo futuramente, caso, vingasse o pai. Ele alega ter sido "obrigado" a fazer isso, caso contrário, seria punido pelo deus. Então, Atena, deusa da justiça e da sabedoria, instituiu o tribunal.
Ela estabeleceu que o acusado falasse, Apolo foi sua "testemunha" e "advogado"; Corifeu defendeu Clitemnestra, e, a própria mulher, em forma de fantasma, se defendeu e reivindicou a ação dos deuses (até porque ela foi punida como mandava a regra e exigia igual tratamento ao filho); e, o que seria o júri, votaria a favor ou contra Orestes. Se desse empate, Orestes estaria livre. E qual foi o resultado?? Rs.. Não vou dar spoiller, né?!
Como tb n podia faltar nas tragédias gregas, mt machismo e bizarrices. E msm q a Grécia fosse super avançada nesse quesito, pra época, isso não deixou de existir, maaass.. Nada que me faça perder o amor, admiração e paixão pela mitologia grega. Além do mais, vemos de onde vêm os barracos, traições e vinganças literárias.

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domingo, 15 de novembro de 2020

Uma mulher no escuro - Raphael Montes




Uma mulher no escuro - Raphael Montes (187p. [L. 37. set-2020])

Eu tô em choque com essa história e com esse homem (o autor), que se tornou um dos meus preferidos e olha q eu tô mt na vibe de só ler mulheres e pretas! Pra quem não sabe, ele é coautor de "Bom dia, Verônica" e, cada dia q passa, quero mais ler todos os livros dele.. Enfim... Ele é sensacional!
Vamos à narrativa.. Victória, a protagonista, torna-se uma mulher cheia de traumas, com alguns vícios, o que atrapalha bastante a sua vida, graças ao fato de ter presenciado a morte dos pais e do irmão mais velho, dentro de casa, com apenas 4 anos de idade, por um aluno da escola em que seus pais trabalhavam.
Ela cresce aos cuidados de uma tia, que prefere se internar em sua velhice e doença para não ter que ser um "peso" para a sobrinha, já q ela é uma jovem e precisava viver sua vida. Seus pais, enquanto vivos, eram donos e professores de uma escola de adolescentes e é aí que o suspense vai se desenvolvendo. (Óbvio que não é assim que a história vai desenrolando, com essa linearidade, senão não seria um ótimo suspense). 
Então, Victória é procurada por um psicólogo que trabalha e estuda com as vítimas de casos traumáticos e criminais como o dela e ofereceu tratamento gratuito em troca de ser uma "cobaia". Foi difícil a aceitação, pois não confiava  em homem nenhum, mas topou, afinal, não poderia piorar sua vida (pelo menos era o que ela pensava rs). 
Ela tinha um amigo chamado Arroz, mt misterioso e apaixonado por ela e eles tinham uma relação bem diferente, pois ngm falava de si e de suas particularidades um pro outro. Ao longo da narrativa, surge um homem, bem mais velho que ela, meio misterioso também. Enfim.. No final das contas, todo mundo é suspeito da morte de sua família! E o autor me fez desconfiar de todos, depois, tive as expectativas quebradas.. Isso foi o máximo!
E, após 20 anos, Victória volta a ser ameaçada por meio de pistas que demonstram que o assassino voltou.
Teve mts mistérios a serem desvendados: o principal - quem era o assassino; o porquê de ele pixar a cara de suas vítimas (o diário dele é a coisa mais chocante do livro!!); por que ele matou os pais de Victória; o papel da inspetora nessa narrativa tb é perfeito (!!!); os mistérios que a tia dela guardava, o que levantou ainda mais suspeitas; a relação do pai do assassino com ele; e como o assassino se tornou tal criminoso. Que ideias brilhantes as do Raphael!
Livros com mistérios e coisas a serem descobertas me têm por inteiro! Além do mais, o autor aborda filmes, músicas e coisas comuns à minha época de infância (achei mt legal). Raphael não falhou em nada, inclusive em mostrar o outro lado da vida de um assassino/psicopata. Eu amo qnd justiças aparecem nas narrativas, ainda q sejam fictícias,
são humanas. Foi perfeito!

Foto do livro: leitoraviciada

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Desafio Leia Mulheres (setembro) - A mediadora: a terra das sombras - Meg Cabot

 


Desafio Leia Mulheres (setembro) 

A mediadora: A terra das sombras - Meg Cabot (157p. [L.36 set-2020]) 

Ele foi um grande acaso de leituras desse ano, assim como os 4 anteriores. Fiz um post de indicação de livros infanto-juvenis escrito por mulheres e recebi ótimas recomendações. Já li quase todos! Mt bons!!
Esse livro é sobre uma adolescente que mediava entre os espíritos e para onde deveriam ir. Qnd eles encontravam com ela, estavam "vagando" no mundo dos vivos e Suze (a mediadora e protagonista) os ajudava a encontrar seus caminhos ou os obrigava segui-lo. 
Eu amo histórias que abordam temas como religião, ainda mais se for de uma forma descontraída, divertida (OBS.: amo livros que me fazer rir e esse fez) e que ensinam sem imposição ou com aquele "ar" de uma coisa séria e chata a ser seguida. Narrativas assim acabam desfazendo alguns preconceitos sem "tom" de briga ou até sem intenção.
O enredo se inicia com Suze voltando a morar com sua mãe, que se casou de novo e com um cara com 3 filhos. Foram morar numa espécie de casa mal-assombrada, mas amaram-na. Os grandes conflitos e aventuras acontecem em sua escola, isso a torna, sem querer, uma garota popular, o que ela nunca tinha sido.
Eu amei, li super rápido e pretendo ler todos os livros (é uma saga de 6 livros).
Histórias desse gênero me relaxam e viciam.. Não tenho o costume de ler, na vdd, tenho mt preconceito com literaturas "teens", porém, existem algumas, como essa, que são realmente boas. 

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sábado, 7 de novembro de 2020

Pequeno manual antirracista - Djamila Ribeiro

 


Pequeno manual antirracista - Djamila Ribeiro (137p. [L. 35. set/2020])

Que livro necessário, senhores!!!
Ao final, segue o print com o sumário dessa coisa mais rica e fofa q vcs podem ter!
Esse é segundo livro da Djamila q leio e essa mulher é incrível! Não há o que duvidar. Como já mencionei antes, a escrita de mulheres negras me fascinam e isso tem uma razão: a escrevivência, termo usado por Conceição Evaristo, q faz todo sentido. A escrita da Djamila não é diferente.
Sugiro esse manual para aqueles que querem ingressar na luta contra o racismo, aqueles que desejam ensinar e incentivar pessoas a essa luta e àqueles que buscam pontuar questões essenciais do assunto. Ou seja, o livro é para aqueles que respeitam, buscam o respeito (nesse caso) p/ pessoas negras retintas (cor da pele preta) ou não.
A autora traz pontos/ações essenciais, básicos para que qualquer pessoa entenda o que é racismo, como ele aparece na sociedade e o que devemos fazer para ultrapassá-lo. Começando pelas informações a seu respeito, que muda com o passar dos anos, mas não deixa de existir. Em seguida, nos atenta para enxergar a negritude, a desigualdade e o preconceito que o preto sofre desde que nasce, em todas os âmbitos da vida. É importante lembrar que o racismo  funda o Brasil e isso tem mtas consequências negativas, o que ela argumenta a todo tempo. 
Depois, Djamila nos alerta a reconhecer os privilégios que o branco tem na nossa sociedade e dá mts exemplos. É comum que algumas pessoas achem isso um absurdo, mas contra fatos não há argumentos. A autora cita o termo "lugar de fala", que faz todo sentido para esse capítulo. E aí, chega o capítulo em que levei "um tapa sem mão": todos somos racistas. Vivemos em uma sociedade cuja estrutura e td q a envolve é racista.. E realmente.. Ela tem razão. O importante é percebermos isso e nos esforçarmos para questionar tais ações e mudarmos.
Nos capítulos seguintes, ela aborda iniciativas que contribuem para que mudemos o racismo no trabalho, na sociedade e em nós, por meio do apoio a políticas afirmativas, lendo autores negros, questionando os nossos desejos, a cultura que consumimos (nesses últimos vi o qnt somos racistas rs.. BIZARRO!), combatendo a violência racial e sendo antirracista. E aquela frase (mais ou menos isso): "Não ser racista não basta, é preciso ser antirracista", fez todo sentido!! Todo mundo diz que não é racista, mas conhece mta gnt q seja.. isso é bem contraditório. Precisamos rever nossos conceitos e lutar contra o racismo pq é cansativo ser preto e ter q ficar explicando racismo o tempo todo. Foi perfeito!!



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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Romance concreto - Aimée Oliveira



Romance concreto - Aimée Oliveira (441p. [L.34 set-2020])

Esse livro é bem "teen" e atual. Um calhamacinho, mas com leitura fluida, divertida, instigante, daquelas que você fica louca pra saber do final. Li o ebook e tá super barato na Amazon.
Olívia, protagonista da história, saiu de casa bem nova, pois seus pais não a apoiavam em sua carreira de blogueira, principalmente após um vexame que ela passou na internet e que viralizou, deixando-na mt mal, gerou a perda de mts seguidores e mtas coisas mudaram. No começo do livro, ela é bem chatinha e bem padrãozinho do que seria uma blogueira (no mau sentido da palavra), mas, depois, ela vai se tornando "humana" e começa a perceber quão fútil e mentirosa era sua vida em busca de likes, comentários e seguidores novos. 
Boa parte do enredo se passa com a demolição da Kinki (loja de quinquilharias que fez parte da infância dela, cuja proprietária era uma espécie de babá sua) e protesto pela não demolição da loja, que causou grds problemas para Olívia, que ela msm criou e teve de resolvê-los.
Ela conhece Jonas, a princípio, era o demolidor da Kinki, um inimigo, o homem sujo, que seu cachorro, Django, amava e ela não entendia o porquê. Ao longo da história, ela descobre que ele não é nada do que imaginava, tem amizade, relacionamento amoroso, ela causa decepção a ele e o final é o menos esperado rs
Curti mt a abordagem da autora sobre a questão das redes sociais e o quanto isso pode ser um problema para a relação e vivência humanas. Gostei de a protagonista ter evoluído como pessoa, achei que ela ia ser aquele embuste, do começo, o livro todo e que seria um livro de blogueira, já tava me arrependendo de ter comprado, mas foi mt interessante e criativo o desenrolar da história. Li mt rápido e amei! Foi indicação da @recapitular.

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domingo, 1 de novembro de 2020

Estamos bem - Nina LaCour

 


Estamos bem - Nina LaCour (174p. [L.33 set-2020])

Em uma postagem da @alicescreve, fui indagada a respeito de autoras lésbicas que eu curtia e de quais histórias gostava e fiquei de cara porque vi que conhecia poucas e não tinha achado uma preferida. Então, fiz um post pedindo indicações. E a própria Alice me indicou esse livro perfeito!
Ele é tão triste :-( mas eu curti mt o enredo. A história é composta, intercaladamente, de um capítulo falando do passado e outro do presente, até chegar ao fim, no que seria o presente do contexto. Isso pode deixar o leitor confuso, se não estiver atento, mas flui mt bem, caso contrário. Eu achei isso super interessante.
Marin, a protagonista, foi criada pelo avô, e a relação deles era das melhores, embora ngm invadisse o espaço um do outro, chegava ser um exagero. Porém, o fim do avô não é tão bom e isso traz consequências à neta, além daquelas causadas pela ausência dos pais, anteriormente, e, depois, das "únicas" pessoas que lhe restaram, Mabel e sua família.
Mabel era sua grande amiga, com a qual teve uma relação mais íntima, que ia além de amizade, mas não levaram isso mt adiante, o que me chateou, mas aceitei. As conversas delas são a melhor parte do livro pra mim. Elas falam de Fridah, de suas pinturas; de Gabriel García Márquez; Jane Eyre, de Charllote Brontë; Sylvia Plath; E algumas outras celebridades da literatura e da arte. Elas discutiam quase que filosoficamente sobre essas temáticas, sobre música, sobre a vida.. Eu, simplesmente, sou apaixonada por isso nas narrativas e na vida "real" tb. 
Foi mt bom ler esse livro, embora, seja mais de tristezas e solidão do que de alegrias, mas a vida tb é feita disso e faz parte. Adianto que o final é aceitável e queria ter certeza de que elas ficaram juntas. Alguém me confirma??

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Ainda bem que encontrei você - Marie Pessoa



Ainda bem que encontrei você  - Marie Pessoa (23p. [L.32-ago-2020])

Q livro mais fofo e aconchegante! E, antes de mais nada, smp que leio esse título lembro daquela música da Marisa Monte: "Ainda bem que agora encontrei você..", não sei se tem algo a ver.
Na verdade, esse livro é um conto, narrativa que tem como protagonista Kariya, uma jornalista, que vai à exposição de um curta no Museu submerso, em Desterro, cidade do sul do país. 
Foi bem legal descobrir o porquê do nome desse Museu rs.. Smp via, nos comentários sobre o livro, discussões sobre isso e ngm explicava o que era, então, vou manter o mistério. 
Kariyna encontra com a produtora do filme, Marina Boeing, por quem se apaixona e elas têm uma história mt fofa e cheia de emoções. A protagonista esconde uma informação interessante, q me surpreendeu e adorei! (Amo livros que me causam aquela sensação de surpresa tão espontânea que chego abrir a boca sem perceber, como se eu realmente estivesse vendo aquela cena).
No fim, Karyia consegue o quer, o tão esperado momento da leitora lésbica emocionada.. haha.
A autora consegue em poucas páginas abordar questões como o amor entre mulheres, a relação e o cotidiano delas; feminismo, visibilidade e as escolhas das mulheres; maternidade e como essa vivência deve ser respeitada (escolher ou não ser mãe) entre as mulheres.
A descrição dos sentimentos e dos episódios são descritos sucintamente, mas é suficiente, mt objetivo e com um cuidado encantador.
Como comentei na avaliação do livro, é mt bom ver e saber de escritores que falam sobre histórias lésbicas. Isso é  importante demais! 
Adorei a narrativa e sou super fã da autora! Além de ela ser uma fofa de ser humano! 
OBS.: Está disponível em formato ebook e baratíssimo na Amazon. 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

O mito da Beleza - Naomi Wolf






O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres - Naomi Wolf (p. 438 [L.31 - jul/set-2020]).

Um livro da década de 90, com dados da década de 70 e 80, mas tão atual e revelador que é de chocar e desejar que todas mulheres (principalmente) leiam-no e sejam livres de uma vez por todas. Não que ele funcione como um antídoto, já que conhecimento não é suficiente (o que é uma pena) para que mudanças aconteçam, embora seja a base, porém, ações é que mudam as coisas, mas olha.. chega perto de ser uma solução quase que mágica. É um calhamaço, algumas ideias e capítulos se repetem, mas foi até bom, para assimilar melhor o conteúdo.  
Naomi apresenta de forma precisamente convincente todos os lugares em que o mito da beleza se encontra e oprime, aprisiona as mulheres: trabalho, cultura, religião, mídia, indústria, comércio, consumo, família, escola, amigos, literatura. É de impressionar como em todo lugar somos induzidas, manipuladas e obrigadas a fazer coisas que nos violam, nos matam diariamente e nem percebemos ou percebemos e não vemos solução para mudar as coisas!
Percebe-se que o livro é fruto de pesquisa de anos, principalmente nos EUA, mas aborda notícias, dados e questões de outros países e culturas tb. 
Parece uma teoria da conspiração, mania de perseguição de tão bizarras que as imposições acontecem, mas são reais, disponíveis em sites de pesquisas em reportagens, revistas, jornais e qlqr plataforma acessível para aquisição de informações, tudo é baseado em dados de fontes confiáveis.
Ao final do livro, a autora propõe soluções, principalmente, entre nós (mulheres), mas não só, para superarmos a invisibilidade imposta a nós, a submissão (tanto a pessoas qnt a produtos, procedimentos estéticos, e qlqr tipo de violência) e o desrespeito.
Ler este livro é importante para que entendamos que nossos corpos, nossas vontades, nossos desejos (sexuais ou não), nossas vidas pertencem a nós. Nós decidimos o que faremos com td isso. É um livro que pode se tornar cansativo, mas persista, vale mt à pena.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤