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sábado, 12 de dezembro de 2020

O morro dos ventos uivantes - Emily Brontë




O morro dos ventos uivantes - Emily Brontë (368p. [L.43. set/out-2020)

Antes de qlqr coisa, preciso engrandecer a revisão dessa editora! Sem defeitos! Eu nunca li a obra original, mas a tradução tb estava perfeita!! A leitura flui melhor qnd esses quesitos estão em ordem! Parabéns aos envolvidos!! 
A princípio, parece ser td uma grande confusão e, dsd já, deixo uma dica: faça uma listinha com os nomes e sobrenomes dos personagens e características básicas sobre eles, pq, ao longo da narrativa, vc fica meio perdida e, pra q isso n aconteça, consulte à sua lista. São mts personagens e, uma hora, os narradores usam seus nomes, outra, seus sobrenomes, de vez em qnd surge um novo personagem ou um lugar novo, então dá uma confundida. 
A história vai sendo contada como se já conhecêssemos cada personagem, mas, só depois, vamos entendendo quem é quem. Isso dá um pouquinho de trabalho, mas achei super interessante pq não somos acostumados a ir construindo os personagens durante a narrativa, pelo contrário, temos td dado, explicado e posto, somos induzidos às armadilhas da ficção. Os clássicos passam longe disso e me encantam mt!
O enredo é sobre Lockwood q procura o Sr. Heathcliff para alugar a granja "Thrushcross". Acaba se hospedando na casa chamada "Morro dos ventos uivantes", por causa da tempestade, cujos moradores não eram sequer um pouco simpáticos, hospitaleiros e gentis, ao contrário, eram rudes, grosseiros e pareciam infelizes. Eu os detestei, no começo.
Lockwood voltou pra casa e, curioso a respeito daquelas pessoas, questiona a sua (uma espécia de) governanta sobre eles e a história se dá com Nelly contando sobre cada um, já que ela tinha sido criada lá e trabalhado pra eles antes.
Pontos que achei mt interessantes foi o q caracteriza um livro clássico, segundo Ítalo Calvino: a necessidade de se recontar a história, q os clássicos demandam. O clássico deixa questões em aberto e nos instiga de um jeito que gera a necessidade da repetição da narrativa, em busca de possíveis respostas ou não. O que alimenta a memória e a constrói. Nesse livro, essa "recontagem" (no sentido de contar de novo) se dá entre os personagens.
Assim, a metalinguagem (linguagem usada para falar de uma outra, nesse caso, um livro que conta histórias, contando histórias contadas pelos personagens) aparece claramente nessa narrativa. Os personagens recontam uma história antes vivida por si (como a Ellen) ou por outros (Catherine filha falando da mãe e Heathcliff filho falando do pai). Ou os filhos vivendo a msm coisa q os pais viveram (ainda q com suas nuances particulares). Essa narrativa reconta histórias o tempo todo, assim como foi "Frankenstein", tb um clássico, q li neste ano.
Outro ponto a destacar é a figura feminina nesse romance e, até sobre isso, não há uma tese certeira a respeito de um possível posicionamento da autora. Catherine Linton (mãe) era egoísta, manipuladora, dramática e infantil. Isabella Linton (cunhada da primeira), coitada, a típica mulher q vive e n se percebe (em alguns momentos) e n se admite (em outros) em um relacionamento abusivo (a mais sofrida personagem). Catherine, a filha, é desbravada, aventureira, mas se vê na "obrigação" de cuidar do imaturo, fraco e chantagista emocional Heathcliff filho. Então, ora as mulheres são submissas, ora empoderadas. E, para a época, ser submissa era bem comum, msm q houvesse as insurgentes. 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤

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