A hora da estrela - Clarice Lispector (88p. [L. 41. out-2020])
Gente, eu não tenho uma palavra pra definir esse livro.. Sério.. Pra mim, foi perfeito!
Eu conheci a Clarice pelo seu conto do ovo.. e foi um desastre (nem ela ela entende, segundo ela msm rs.. Imagina eu). Mas esse livro foi incrível!
Ele é bem fininho, li em um dia, mas adianto q é mt denso! Tem mtas reflexões e apontamentos profundos, q é impossível não parar, pensar, reler, sorrir, viajar.. rs
Eu divido esse livro em duas partes, o que não quer dizer que o "conteúdo" delas não apareçam, em certos momentos, nas duas.
A primeira é mt metalinguística (linguagem q explica ela própria ou a outra, nesse caso, a narrativa explica como se escreve uma narrativa ou sobre o fazer literário do autor ou do eu-lírico). Que reflexões!! O narrador-observador é um homem, que tem a intenção de contar a história de Macabeia, por quem era apaixonado. Só que ele fica se explicando antes de fazer isso e fala sobre suas agonias ao narrar, smp enfatizando q ele n vai dar conta de narrar essa história e q os leitores não criem expectativas. Mas narrar tal história parece ser mais forte do que ele, porque ele narra e para, se questiona e continua e, na segunda parte, engrena na narração.
Macabeia (q mulher sofridaa!! MDS) é paraibana, e vem do nordeste para SP, em busca de melhores condições de vida. Submete-se a receber menos q um salário no cargo de datilógrafa. Era analfabeta, de uma inocência sem tamanho. A grande questão sobre ela é a de não se conhecer, não saber quem ela é e o sentido de sua vida. O que é um grd perigo, pq ela aceita q façam qlqr coisa consigo e não se defende, não fala nada, não reage. Não tem identidade e não sabe q precisa disso.
Além do fazer literário e da falta de reconhecimento de identidade da protagonista (q gera diversos problemas), o enredo aborda questões como a desigualdade de classes, a exploração trabalhista, a violação de direitos, magia (com a cartomante, o que me lembrou o conto de Machado).
Clarice tb aborda as questões caras ao fazer literário da época (séc. XX), q, de acordo com o contexto sócio-histórico (a industrialização, a rapidez de td, a globalização), gerou um sentimento do eu-lírico de estar perdido, de incerteza, de desejar a solidão, de querer voltar à infância, ou seja, meio depressivo e saudoso do passado, agora, sem chão. O narrador de "A hora da estrela" é mt assim.
Eu fiquei desnorteada com essa história que é fictícia, mas tem mt da não ficção. E ainda tem um quê de autobiografia.
OBS.: O próximo post terá curiosidades sobre o livro e Clarice.
O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤
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