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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A hora da estrela - Clarice Lispector

 

A hora da estrela - Clarice Lispector (88p. [L. 41. out-2020])

Gente, eu não tenho uma palavra pra definir esse livro.. Sério.. Pra mim, foi perfeito!
Eu conheci a Clarice pelo seu conto do ovo.. e foi um desastre (nem ela ela entende, segundo ela msm rs.. Imagina eu). Mas esse livro foi incrível!
Ele é bem fininho, li em um dia, mas adianto q é mt denso! Tem mtas reflexões e apontamentos profundos, q é impossível não parar, pensar, reler, sorrir, viajar.. rs
Eu divido esse livro em duas partes, o que não quer dizer que o "conteúdo" delas não apareçam, em certos momentos, nas duas.
A primeira é mt metalinguística (linguagem q explica ela própria ou a outra, nesse caso, a narrativa explica como se escreve uma narrativa ou sobre o fazer literário do autor ou do eu-lírico). Que reflexões!! O narrador-observador é um homem, que tem a intenção de contar a história de Macabeia, por quem era apaixonado. Só que ele fica se explicando antes de fazer isso e fala sobre suas agonias ao narrar, smp enfatizando q ele n vai dar conta de narrar essa história e q os leitores não criem expectativas. Mas narrar tal história parece ser mais forte do que ele, porque ele narra e para, se questiona e continua e, na segunda parte, engrena na narração.
Macabeia (q mulher sofridaa!! MDS) é paraibana, e vem do nordeste para SP, em busca de melhores condições de vida. Submete-se a receber menos q um salário no cargo de datilógrafa. Era analfabeta, de uma inocência sem tamanho. A grande questão sobre ela é a de não se conhecer, não saber quem ela é e o sentido de sua vida. O que é um grd perigo, pq ela aceita q façam qlqr coisa consigo e não se defende, não fala nada, não reage. Não tem identidade e não sabe q precisa disso.
Além do fazer literário e da falta de reconhecimento de identidade da protagonista (q gera diversos problemas), o enredo aborda questões como a desigualdade de classes, a exploração trabalhista, a violação de direitos, magia (com a cartomante, o que me lembrou o conto de Machado).
Clarice tb aborda as questões caras ao fazer literário da época (séc. XX), q, de acordo com o contexto sócio-histórico (a industrialização, a rapidez de td, a globalização), gerou um sentimento do eu-lírico de estar perdido, de incerteza, de desejar a solidão, de querer voltar à infância, ou seja, meio depressivo e saudoso do passado, agora, sem chão. O narrador de "A hora da estrela" é mt assim.
Eu fiquei desnorteada com essa história que é fictícia, mas tem mt da não ficção. E ainda tem um quê de autobiografia.

OBS.: O próximo post terá curiosidades sobre o livro e Clarice.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Somos dois - Herisson Ferreira Costa

 

Somos dois - Herisson Ferreira Costa (213p. [L. 40. out-2020])

Por meio desse livro me tornei oficialmente uma betaleitora! E tô amando a experiência! Eu nem sabia o que era isso, mas me inscrevi, pelo @betaleiores. Pra quem não sabe, betaleitor é aquele que lê o livro antes da publicação ou edição e sugere coisas, pontua sobre a narrativa, enfim, dá pitacos sobre a história.
O protagonista, Dylan, é um jovem formado em marketing digital, frustrado por não trabalhar em sua área (no começo da história). Ao invés disso, trabalha em um escritório, cumprindo regras monótonas e chatas; é aquele tipo de funcionário que dá a vida pela empresa e não reconhecimento.
Além disso, ele tem umas questões com a mãe, que o fizeram ser uma pessoa fechada, impaciente pra assuntos pessoais e bloqueado para relacionamentos. Até que Chayah aparece em sua vida (ou retorna para ela) e td muda, ele muda, na vdd.
No começo, achei q eles fossem irmãos, mas que tinham sido separados ao longo da vida, depois, eles têm um relacionamento. Mas tem um mistério aí, pq eles sentem coisas iguais em certas situações que vivem.. Não sei se tem algo espiritual envolvido nisso ou de ficção científica.. Isso me soou mt interessante, embora não tenha ficado claro ao longo da narrativa, nem ao final. Tb não sei se o autor resolveu essa questão.
No mais, Chayah é uma mulher incrível, que viveu um relacionamento abusivo, que trabalha com eventos em boate e em uma ONG de animais, na qual Dylan se envolve, mais tarde. Lembrei de q teve tb o clichê da mulher q "salva" o cara, que é o "divisor de águas" na vida dele, gerando, no cara, a necessidade da mulher pra ser sua "injeção de ânimo" diária ou uma espécie de terapeuta.
Se o autor clareou certas ideias essenciais para a história, está um livro bem legal e interessante. Inclusive, já esta disponível na Amazon em ebook e livro físico. Pra quem é KU (kindle unilimited), está gratuito. Leiam e me falem como ficou!!!
OBS.: Não achei foto do autor, ele é novo na área, me parece.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Desafio Leia Mulheres (outubro) Amora - Natalia Polesso



Desafio Leia Mulheres mês de outubro - Brasileira contemporânea 
Amora - Natalia Borges Polesso (141p. [L. 39. out-2020])

Aaaa.. Esse livro se tornou o meu xodó!! Eu, de verdade, estou lendo livros mt incríveis neste ano péssimo! Pelo menos isso, né?!
É um livro de contos da super bem-falada no mundo dos booktubers e bookstragramers (que eu amo!!) e eu tive a honra de ter acesso neste ano. 
Esse é um livro de contos, que eu só queria que fossem vários romances ou novelas rs (acho q tenho essa impressão com quase todos os contos que leio, smp quero continuação, msm que eles sejam (ou pareçam ser) suficientes. 
Nele, a Natalia narra histórias de mulheres lésbicas ou bi de uma forma mt perfeita e necessária pra humanidade!! MDS!! Ela aborda questões como a descoberta da sexualidade; o relacionamento homossexual e mts de suas nuances, como convivência, casamento, "herança" (em relação a questão judicial pós-morte da cônjuge); ter que se esconder por "não aceitação", preconceito familiar e social; términos de relacionamentos; términos e aqueles "choves-não-molham" de relacionamento lésbico (rs); as amizades lésbicas; os rolês lésbicos; as paqueras.. Cara, essa mulher é perfeita!! 
Outra coisa que achei super interessante foi o fato de ela ter abordado o relacionamento entre mulheres idosas, demonstrando que esses relacionamentos duram e que existe sim um conceito do que se pode chamar de familiar neles (embora eu tenha mtaaaas questões sobre a necessidade de reconhecimento como família, com esse nome e definição, q acarretam mtas coisas das quais discordo, mas Natalia foi brilhante em tudo).
Fico mt feliz e me sinto mt representada qnd vejo e leio minha vivência (de forma real) na literatura. Não que eu não valorize a ficção, mas as literaturas não devem existir pra reforçar preconceitos e propagar mentiras sobre realidades, sobre vivências.
Enfim, hj, é um dos meus livros preferidos!! 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Oréstia: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides - Ésquilo

 

Oréstia: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides - Ésquilo (200p. [L. 38. out - 2020])

Essa é uma trilogia clássica de tragédias da mitologia grega, de 548 a. C. Q eu tanto amoooo!! Tive que ler para a disciplina de Literatura Clássica II.
Chama-se "Oréstia" porque diz respeito a Orestes, assim como Odisseia, diz sobre Odisseu ou Ilíada sobre Íllion (tb chamada Troia). Orestes era filho de Agamenon e Clitemnestra (esses nomes da mitologia grega são ótimos!!), e será julgado por seus feitos, na última tragédia da trilogia, e lá, é instituído o tribunal, pela deusa Atena. Estão em jogo nessa trilogia, a verdade dos deuses, a verdade própria (da pessoa), a verdade dos homens e a verdade do Estado.
Como toda boa tragédia, as histórias se baseiam em maldições familiares, pela desmedida dos personagens (o exagero, o erro gravíssimo de algum humano); em vinganças, traições, q só acarretam mais maldições e mortes trágicas em histórias pesadas, mas viciantes.
Td começou com Pélops, avô de Agamenon e Menelau, grds guerreiros da Guerra de Troia, que matou um servo sem "motivo" e foi amaldiçoado por ele. Teve como filhos Atreu (pai dos 2 guerreiros) e Tiestes (pai de Egisto, q era amante de Clitemnestra). 
Então, Agamenon vai pagar por, pelo menos, 3 maldições: por ter sacrificado Ifigênia, sua filha, para acalmar a deusa Ártemis, o que revoltou sua esposa, Clitemnestra; por seu pai ter sido injusto com o irmão (Tiestes) e tê-lo feito comer os filhos sem saber; e pelo avô ter matado o servo. 
Clitemnestra se junta a Egisto e mata Agamenon e Cassandra, prêmio de Agamenon pela guerra (o que pode ter sido mais uma maldição, pois ela era uma espécie de sacerdotisa e foi violada no templo de Apolo). Essa trama que se desenrola em "Agamemnon")
Agamenon é vingado por seu filho, Orestes. Esse mata a mãe e seu amante (narrativa de "Coéforas", essas são as portadoras das oferendas). E Orestes é julgado se vai ser perturbado pelas Fúrias, seres que vingavam a vítima de morte cometida por parente (cuja narrativa se dá em "Eumênides" ["benevolentes"], nome dado às Fúrias, após o julgamento). 
Essa última é a que mais importa para a cultura grega e que traz influências para nós ainda hoje. Orestes, segundo seu destino e por ordem dos deuses, seria perturbado eternamente pelas Fúrias por ter matado sua mãe. Mas deseja "absolvição" dessa punição, pois alegava ter sido influenciado pelo deus Apolo, quem garantiu livrá-lo futuramente, caso, vingasse o pai. Ele alega ter sido "obrigado" a fazer isso, caso contrário, seria punido pelo deus. Então, Atena, deusa da justiça e da sabedoria, instituiu o tribunal.
Ela estabeleceu que o acusado falasse, Apolo foi sua "testemunha" e "advogado"; Corifeu defendeu Clitemnestra, e, a própria mulher, em forma de fantasma, se defendeu e reivindicou a ação dos deuses (até porque ela foi punida como mandava a regra e exigia igual tratamento ao filho); e, o que seria o júri, votaria a favor ou contra Orestes. Se desse empate, Orestes estaria livre. E qual foi o resultado?? Rs.. Não vou dar spoiller, né?!
Como tb n podia faltar nas tragédias gregas, mt machismo e bizarrices. E msm q a Grécia fosse super avançada nesse quesito, pra época, isso não deixou de existir, maaass.. Nada que me faça perder o amor, admiração e paixão pela mitologia grega. Além do mais, vemos de onde vêm os barracos, traições e vinganças literárias.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤

domingo, 15 de novembro de 2020

Uma mulher no escuro - Raphael Montes




Uma mulher no escuro - Raphael Montes (187p. [L. 37. set-2020])

Eu tô em choque com essa história e com esse homem (o autor), que se tornou um dos meus preferidos e olha q eu tô mt na vibe de só ler mulheres e pretas! Pra quem não sabe, ele é coautor de "Bom dia, Verônica" e, cada dia q passa, quero mais ler todos os livros dele.. Enfim... Ele é sensacional!
Vamos à narrativa.. Victória, a protagonista, torna-se uma mulher cheia de traumas, com alguns vícios, o que atrapalha bastante a sua vida, graças ao fato de ter presenciado a morte dos pais e do irmão mais velho, dentro de casa, com apenas 4 anos de idade, por um aluno da escola em que seus pais trabalhavam.
Ela cresce aos cuidados de uma tia, que prefere se internar em sua velhice e doença para não ter que ser um "peso" para a sobrinha, já q ela é uma jovem e precisava viver sua vida. Seus pais, enquanto vivos, eram donos e professores de uma escola de adolescentes e é aí que o suspense vai se desenvolvendo. (Óbvio que não é assim que a história vai desenrolando, com essa linearidade, senão não seria um ótimo suspense). 
Então, Victória é procurada por um psicólogo que trabalha e estuda com as vítimas de casos traumáticos e criminais como o dela e ofereceu tratamento gratuito em troca de ser uma "cobaia". Foi difícil a aceitação, pois não confiava  em homem nenhum, mas topou, afinal, não poderia piorar sua vida (pelo menos era o que ela pensava rs). 
Ela tinha um amigo chamado Arroz, mt misterioso e apaixonado por ela e eles tinham uma relação bem diferente, pois ngm falava de si e de suas particularidades um pro outro. Ao longo da narrativa, surge um homem, bem mais velho que ela, meio misterioso também. Enfim.. No final das contas, todo mundo é suspeito da morte de sua família! E o autor me fez desconfiar de todos, depois, tive as expectativas quebradas.. Isso foi o máximo!
E, após 20 anos, Victória volta a ser ameaçada por meio de pistas que demonstram que o assassino voltou.
Teve mts mistérios a serem desvendados: o principal - quem era o assassino; o porquê de ele pixar a cara de suas vítimas (o diário dele é a coisa mais chocante do livro!!); por que ele matou os pais de Victória; o papel da inspetora nessa narrativa tb é perfeito (!!!); os mistérios que a tia dela guardava, o que levantou ainda mais suspeitas; a relação do pai do assassino com ele; e como o assassino se tornou tal criminoso. Que ideias brilhantes as do Raphael!
Livros com mistérios e coisas a serem descobertas me têm por inteiro! Além do mais, o autor aborda filmes, músicas e coisas comuns à minha época de infância (achei mt legal). Raphael não falhou em nada, inclusive em mostrar o outro lado da vida de um assassino/psicopata. Eu amo qnd justiças aparecem nas narrativas, ainda q sejam fictícias,
são humanas. Foi perfeito!

Foto do livro: leitoraviciada

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Desafio Leia Mulheres (setembro) - A mediadora: a terra das sombras - Meg Cabot

 


Desafio Leia Mulheres (setembro) 

A mediadora: A terra das sombras - Meg Cabot (157p. [L.36 set-2020]) 

Ele foi um grande acaso de leituras desse ano, assim como os 4 anteriores. Fiz um post de indicação de livros infanto-juvenis escrito por mulheres e recebi ótimas recomendações. Já li quase todos! Mt bons!!
Esse livro é sobre uma adolescente que mediava entre os espíritos e para onde deveriam ir. Qnd eles encontravam com ela, estavam "vagando" no mundo dos vivos e Suze (a mediadora e protagonista) os ajudava a encontrar seus caminhos ou os obrigava segui-lo. 
Eu amo histórias que abordam temas como religião, ainda mais se for de uma forma descontraída, divertida (OBS.: amo livros que me fazer rir e esse fez) e que ensinam sem imposição ou com aquele "ar" de uma coisa séria e chata a ser seguida. Narrativas assim acabam desfazendo alguns preconceitos sem "tom" de briga ou até sem intenção.
O enredo se inicia com Suze voltando a morar com sua mãe, que se casou de novo e com um cara com 3 filhos. Foram morar numa espécie de casa mal-assombrada, mas amaram-na. Os grandes conflitos e aventuras acontecem em sua escola, isso a torna, sem querer, uma garota popular, o que ela nunca tinha sido.
Eu amei, li super rápido e pretendo ler todos os livros (é uma saga de 6 livros).
Histórias desse gênero me relaxam e viciam.. Não tenho o costume de ler, na vdd, tenho mt preconceito com literaturas "teens", porém, existem algumas, como essa, que são realmente boas. 

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sábado, 7 de novembro de 2020

Pequeno manual antirracista - Djamila Ribeiro

 


Pequeno manual antirracista - Djamila Ribeiro (137p. [L. 35. set/2020])

Que livro necessário, senhores!!!
Ao final, segue o print com o sumário dessa coisa mais rica e fofa q vcs podem ter!
Esse é segundo livro da Djamila q leio e essa mulher é incrível! Não há o que duvidar. Como já mencionei antes, a escrita de mulheres negras me fascinam e isso tem uma razão: a escrevivência, termo usado por Conceição Evaristo, q faz todo sentido. A escrita da Djamila não é diferente.
Sugiro esse manual para aqueles que querem ingressar na luta contra o racismo, aqueles que desejam ensinar e incentivar pessoas a essa luta e àqueles que buscam pontuar questões essenciais do assunto. Ou seja, o livro é para aqueles que respeitam, buscam o respeito (nesse caso) p/ pessoas negras retintas (cor da pele preta) ou não.
A autora traz pontos/ações essenciais, básicos para que qualquer pessoa entenda o que é racismo, como ele aparece na sociedade e o que devemos fazer para ultrapassá-lo. Começando pelas informações a seu respeito, que muda com o passar dos anos, mas não deixa de existir. Em seguida, nos atenta para enxergar a negritude, a desigualdade e o preconceito que o preto sofre desde que nasce, em todas os âmbitos da vida. É importante lembrar que o racismo  funda o Brasil e isso tem mtas consequências negativas, o que ela argumenta a todo tempo. 
Depois, Djamila nos alerta a reconhecer os privilégios que o branco tem na nossa sociedade e dá mts exemplos. É comum que algumas pessoas achem isso um absurdo, mas contra fatos não há argumentos. A autora cita o termo "lugar de fala", que faz todo sentido para esse capítulo. E aí, chega o capítulo em que levei "um tapa sem mão": todos somos racistas. Vivemos em uma sociedade cuja estrutura e td q a envolve é racista.. E realmente.. Ela tem razão. O importante é percebermos isso e nos esforçarmos para questionar tais ações e mudarmos.
Nos capítulos seguintes, ela aborda iniciativas que contribuem para que mudemos o racismo no trabalho, na sociedade e em nós, por meio do apoio a políticas afirmativas, lendo autores negros, questionando os nossos desejos, a cultura que consumimos (nesses últimos vi o qnt somos racistas rs.. BIZARRO!), combatendo a violência racial e sendo antirracista. E aquela frase (mais ou menos isso): "Não ser racista não basta, é preciso ser antirracista", fez todo sentido!! Todo mundo diz que não é racista, mas conhece mta gnt q seja.. isso é bem contraditório. Precisamos rever nossos conceitos e lutar contra o racismo pq é cansativo ser preto e ter q ficar explicando racismo o tempo todo. Foi perfeito!!



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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Romance concreto - Aimée Oliveira



Romance concreto - Aimée Oliveira (441p. [L.34 set-2020])

Esse livro é bem "teen" e atual. Um calhamacinho, mas com leitura fluida, divertida, instigante, daquelas que você fica louca pra saber do final. Li o ebook e tá super barato na Amazon.
Olívia, protagonista da história, saiu de casa bem nova, pois seus pais não a apoiavam em sua carreira de blogueira, principalmente após um vexame que ela passou na internet e que viralizou, deixando-na mt mal, gerou a perda de mts seguidores e mtas coisas mudaram. No começo do livro, ela é bem chatinha e bem padrãozinho do que seria uma blogueira (no mau sentido da palavra), mas, depois, ela vai se tornando "humana" e começa a perceber quão fútil e mentirosa era sua vida em busca de likes, comentários e seguidores novos. 
Boa parte do enredo se passa com a demolição da Kinki (loja de quinquilharias que fez parte da infância dela, cuja proprietária era uma espécie de babá sua) e protesto pela não demolição da loja, que causou grds problemas para Olívia, que ela msm criou e teve de resolvê-los.
Ela conhece Jonas, a princípio, era o demolidor da Kinki, um inimigo, o homem sujo, que seu cachorro, Django, amava e ela não entendia o porquê. Ao longo da história, ela descobre que ele não é nada do que imaginava, tem amizade, relacionamento amoroso, ela causa decepção a ele e o final é o menos esperado rs
Curti mt a abordagem da autora sobre a questão das redes sociais e o quanto isso pode ser um problema para a relação e vivência humanas. Gostei de a protagonista ter evoluído como pessoa, achei que ela ia ser aquele embuste, do começo, o livro todo e que seria um livro de blogueira, já tava me arrependendo de ter comprado, mas foi mt interessante e criativo o desenrolar da história. Li mt rápido e amei! Foi indicação da @recapitular.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤

domingo, 1 de novembro de 2020

Estamos bem - Nina LaCour

 


Estamos bem - Nina LaCour (174p. [L.33 set-2020])

Em uma postagem da @alicescreve, fui indagada a respeito de autoras lésbicas que eu curtia e de quais histórias gostava e fiquei de cara porque vi que conhecia poucas e não tinha achado uma preferida. Então, fiz um post pedindo indicações. E a própria Alice me indicou esse livro perfeito!
Ele é tão triste :-( mas eu curti mt o enredo. A história é composta, intercaladamente, de um capítulo falando do passado e outro do presente, até chegar ao fim, no que seria o presente do contexto. Isso pode deixar o leitor confuso, se não estiver atento, mas flui mt bem, caso contrário. Eu achei isso super interessante.
Marin, a protagonista, foi criada pelo avô, e a relação deles era das melhores, embora ngm invadisse o espaço um do outro, chegava ser um exagero. Porém, o fim do avô não é tão bom e isso traz consequências à neta, além daquelas causadas pela ausência dos pais, anteriormente, e, depois, das "únicas" pessoas que lhe restaram, Mabel e sua família.
Mabel era sua grande amiga, com a qual teve uma relação mais íntima, que ia além de amizade, mas não levaram isso mt adiante, o que me chateou, mas aceitei. As conversas delas são a melhor parte do livro pra mim. Elas falam de Fridah, de suas pinturas; de Gabriel García Márquez; Jane Eyre, de Charllote Brontë; Sylvia Plath; E algumas outras celebridades da literatura e da arte. Elas discutiam quase que filosoficamente sobre essas temáticas, sobre música, sobre a vida.. Eu, simplesmente, sou apaixonada por isso nas narrativas e na vida "real" tb. 
Foi mt bom ler esse livro, embora, seja mais de tristezas e solidão do que de alegrias, mas a vida tb é feita disso e faz parte. Adianto que o final é aceitável e queria ter certeza de que elas ficaram juntas. Alguém me confirma??

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Ainda bem que encontrei você - Marie Pessoa



Ainda bem que encontrei você  - Marie Pessoa (23p. [L.32-ago-2020])

Q livro mais fofo e aconchegante! E, antes de mais nada, smp que leio esse título lembro daquela música da Marisa Monte: "Ainda bem que agora encontrei você..", não sei se tem algo a ver.
Na verdade, esse livro é um conto, narrativa que tem como protagonista Kariya, uma jornalista, que vai à exposição de um curta no Museu submerso, em Desterro, cidade do sul do país. 
Foi bem legal descobrir o porquê do nome desse Museu rs.. Smp via, nos comentários sobre o livro, discussões sobre isso e ngm explicava o que era, então, vou manter o mistério. 
Kariyna encontra com a produtora do filme, Marina Boeing, por quem se apaixona e elas têm uma história mt fofa e cheia de emoções. A protagonista esconde uma informação interessante, q me surpreendeu e adorei! (Amo livros que me causam aquela sensação de surpresa tão espontânea que chego abrir a boca sem perceber, como se eu realmente estivesse vendo aquela cena).
No fim, Karyia consegue o quer, o tão esperado momento da leitora lésbica emocionada.. haha.
A autora consegue em poucas páginas abordar questões como o amor entre mulheres, a relação e o cotidiano delas; feminismo, visibilidade e as escolhas das mulheres; maternidade e como essa vivência deve ser respeitada (escolher ou não ser mãe) entre as mulheres.
A descrição dos sentimentos e dos episódios são descritos sucintamente, mas é suficiente, mt objetivo e com um cuidado encantador.
Como comentei na avaliação do livro, é mt bom ver e saber de escritores que falam sobre histórias lésbicas. Isso é  importante demais! 
Adorei a narrativa e sou super fã da autora! Além de ela ser uma fofa de ser humano! 
OBS.: Está disponível em formato ebook e baratíssimo na Amazon. 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

O mito da Beleza - Naomi Wolf






O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres - Naomi Wolf (p. 438 [L.31 - jul/set-2020]).

Um livro da década de 90, com dados da década de 70 e 80, mas tão atual e revelador que é de chocar e desejar que todas mulheres (principalmente) leiam-no e sejam livres de uma vez por todas. Não que ele funcione como um antídoto, já que conhecimento não é suficiente (o que é uma pena) para que mudanças aconteçam, embora seja a base, porém, ações é que mudam as coisas, mas olha.. chega perto de ser uma solução quase que mágica. É um calhamaço, algumas ideias e capítulos se repetem, mas foi até bom, para assimilar melhor o conteúdo.  
Naomi apresenta de forma precisamente convincente todos os lugares em que o mito da beleza se encontra e oprime, aprisiona as mulheres: trabalho, cultura, religião, mídia, indústria, comércio, consumo, família, escola, amigos, literatura. É de impressionar como em todo lugar somos induzidas, manipuladas e obrigadas a fazer coisas que nos violam, nos matam diariamente e nem percebemos ou percebemos e não vemos solução para mudar as coisas!
Percebe-se que o livro é fruto de pesquisa de anos, principalmente nos EUA, mas aborda notícias, dados e questões de outros países e culturas tb. 
Parece uma teoria da conspiração, mania de perseguição de tão bizarras que as imposições acontecem, mas são reais, disponíveis em sites de pesquisas em reportagens, revistas, jornais e qlqr plataforma acessível para aquisição de informações, tudo é baseado em dados de fontes confiáveis.
Ao final do livro, a autora propõe soluções, principalmente, entre nós (mulheres), mas não só, para superarmos a invisibilidade imposta a nós, a submissão (tanto a pessoas qnt a produtos, procedimentos estéticos, e qlqr tipo de violência) e o desrespeito.
Ler este livro é importante para que entendamos que nossos corpos, nossas vontades, nossos desejos (sexuais ou não), nossas vidas pertencem a nós. Nós decidimos o que faremos com td isso. É um livro que pode se tornar cansativo, mas persista, vale mt à pena.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤


Criaturas de um dia - Irvim D. Yalom



Criaturas de um dia - Irvin D. Yalom (176p. [L.30. set-2020]) 

Mais uma vez, Irv, como o chamam cotidianamente e já me sinto íntima por ler seu segundo livro, me encantou com suas narrativas. Ele está se tornando um dos meus autores preferidos, ein? 
O livro aborda 10 contos sobre os acompanhamentos terapêuticos do autor, que é psicanalista. Ele usa histórias reais, mas modifica nomes e certas partes pra q seus pacientes não sejam identificados. Ele teve a permissão de todos os q estavam vivos para a publicação dessas histórias, com a intenção de ensinar tanto profissionais, qnt pacientes e leitores. Todos os pacientes aceitaram, inclusive, uma delas, pediu que seu nome n fosse fictício. Ele tem outros livros com essa pegada e já quero todos, pq eu sou emocionada rs
Eu amo estudar e ler sobre a mente humana e sobre as capacidades que temos de pensar, sentir e viver certas coisas dentro de nós e q acabam se externalizando em determinados momentos. Somos tão iguais e, ao msm tempo, tão diferentes. Todos temos ansiedades e medos q nos paralisam ou nos fazem fazer td "errado"; temos problemas existenciais; paranoias q só existem na nossa cabeça e parecem q são reais. E os profissionais de psicoterapia têm o desafio de saber e testar q estratégias usar com cada paciente, q, algumas vezes, têm o msm problema. 
Irv aponta caminhos para os profissionais, para pacientes, q fazem ou pensam em fazer terapia e até para leitores, q são humanos e com vivências comuns a seres humanos. Uma frase do livro que me chamou a atenção foi: "a vida real é vivida no presente", portanto, n devemos nos prender ao passado nem ao futuro. Esse é um fato que parece óbvio, mas precisamos nos lembrar disso claramente e todos os dias. Essa questão é que dá título ao livro.
Eu amei! E recomendo pra quem curte histórias psicológicas, humanas e curiosas.

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤

Frida Kahlo para meninas e meninos - Nadia Fink e Pitu Saá

 




Frida Kahlo para meninas e meninos - Nadia Fink e Pitu Saá (32p. [L.29-ago-2020]) 

Esse livrinho é a coisa mais fofa em forma de história para o público infantil, embora, na verdade, não seja exclusivamente para essa faixa etária.
Ele pertence à coleção Antiprincesas, cujo objetivo é contar a história de mulheres reais e suas lutas e protagonismo social e na vida.
Conta brevemente a biografia da Fridah Kahlo de uma maneira super lúdica e instigante. Os desenhos e informações a seu respeito, as adaptações das pinturas (algumas postei nos stories e está arquivado nos destaques "Arte" do IG @conhecimentoehpoder).
Devemos contribuir com esse tipo de literatura no sentido de consumir e de educar de uma forma diferente nossas meninas e nossos meninos. Há diversas questões que podem ser tiradas da narrativa e desenvolvidas para a nossa realidade e nosso cotidiano.
É bem curtinho, dá pra ler em alguns minutos. E ler este livro com uma criança deve ser incrível!

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤