Pesquisar este blog

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A ridícula ideia de nunca mais te ver - Rosa Montero



A ridícula ideia de nunca mais te ver - Rosa Montero (p. 208 [L.22 - jul-2020]).

As leituras deste ano estão sendo incríveis!! Descobri esse livro e autora em 2020, pela @bobafeia - hj, adm do ig @recapitular, minha eterna caloura (rs) - por uma postagem dela sobre ele, perguntei a respeito de quê falava e me interessei mt! 
Queria ter uma esperança em saber lidar com o luto, até que, em maio, esse livro se tornou extremamente necessário. Então, encomendei e demorou quase um mês pra chegar nessa pandemia (louca). Eu tinha outras coisas pra ler e outras pra terminar, mas não resisti e aqui estou.
Eu achava que esse livro seria uma espécie de manual pra lidar com a morte, com a perda de alguém mt especial, depois lembrei de q a Vanessa tinha dito: não era exatamente isso, embora abordasse essa questão. Essa se tornou uma questão pra autora, já que ela não desejava que fosse um livro a falar de morte e luto, msm que abordasse td isso e a intenção não fosse essa.
E foi perfeito!! Que leitura fluida, divertida, carregada de emoções, chocante e leve. 
Rosa faz (mais) uma biografia (deixa claro que faz interpretações das biografias já existentes) sobre Marie Curie, uma cientista polonesa, brilhante, que recebeu o Nobel de química e física, descobriu o rádio (da radioterapia) e o polônio, além de ter contribuído muito para o avanço da Ciência. Esse contar de história parte da morte do esposo (e tb parceiro de trabalho) de Marie, que, em diversos momentos, faz Rosa lembrar da morte de seu próprio marido e ela fala sobre isso. Que construção perfeita!
Rosa escreve sobre o fazer literário e como é o seu fazer, da sua necessidade de ter liberdade ao escrever e sentir prazer na história que cria; além de a arte e a literatura lhe causarem essa felicidade e liberdade no momento do luto, o qnt funcionam bem como uma "fuga" da realidade ou como parte essencial para que se viva uma vida de uma maneira melhor.
Ela ainda faz críticas a biógrafos que parecem resumir o fim da vida das pessoas, marcando só os feitos extraordinários, mts vezes, deixando de falar de coisas simples, com as quais nós, leitores, podemos nos identificar mt mais.
A autora destaca algo que me fez refletir: morte e luto não são coisas das quais as pessoas costumam falar, o que pode contribuir para o nosso não saber lidar com eles. E ver escrito exatamente o sinto e entender pq penso certas coisas, nesse momento, foi indescritível. Chorei? Claro que sim, pq tô vivendo um luto, e foi importante para esse processo. Obg, Rosa!!
E, por fim, destaco a abordagem dela sobre o lugar da mulher naquela sociedade (a de Marie) e o seu lugar de mulher na sua, em sua época de juventude (década de 70). Imaginem o qnt essa mulher cientista, lugar super incomum a uma mulher, não sofreu e lutou para ter reconhecimento e respeito por seu trabalho. Sofreu os mais absurdos e ultrapassados (pelo menos, deveriam ser) machismos e preconceitos. 
Marie Curie é inspiração; assim como Rosa Montero, que me apresentou, de uma maneira incrível, essa mulher; assim como Vanessa que me apresentou Rosa; assim como mtas outras que me fortalecem e me empoderam à luta. Obg a todas!

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

Nenhum comentário:

Postar um comentário