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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Um útero é do tamanho de um punho - Angélica Freitas



Um útero é do tamanho de um punho - Angélica Freitas (78p. [L.15/maio-2020])

Já tinha ouvido falar desse livro muitas vezes há um tempo, ele sempre aparecia em diversas resenhas, dicas de leituras, clube de livros, confesso que era bem curiosa para lê-lo. Até que Daiana (rainha), minha amiga, sugeriu de lermos um livro juntas, porque amamos discutir sobre literatura, e me enviou essa beldade em pdf. E aqui estou eu, com mais um desejo realizado.
Confesso que tenho certa dificuldade com poesia, ainda mais contemporânea, sem o auxílio de um professor.. Não sei lidar muito bem com a liberdade a que ela se propõe.. rs.. Estou em processo.
Diante disso, considero minhas impressões sobre o livro as mais duvidosas, já que não me vejo apta, digna de tecer tais comentários. Mas deixo humildemente minhas percepções e espero comentários.
Na maioria das poesias, Angélica apresenta a mulher e seu cotidiano de uma maneira que ela não acredita que deva acontecer, e sei disso, pois ela é uma mulher que luta pelo respeito às mulheres e pela liberdade delas, inclusive, eu e Dai vimos uma entrevista em que ela explicava um pouco sobre sua escrita e suas influências. A autora apresenta a realidade machista em que a mulher vive e aparece defender isso, caso o leitor não tenha noção de quem Angélica seja, mas sabemos que ela deseja, nada mais que, ser irônica e humorista com tais apontamentos. O que foi muito interessante. As poesias são de um deboche sútil e espetacular.
Ela faz crítica às funções que nos foram impostas no que diz respeito à maternidade; ao direito ao nosso corpo; à roupa que usamos, inclusive suas cores; à maneira como dizem que devemos ser, pensar e agir; ao casamento e à ideia de família, trabalho, política. Ela não tem intenção de abonar ou erradicar nada disso, mas ressalta que devemos ser livres para escolher certas coisas ou não, porque a imposição, o desrespeito, a violência, o preconceito nos matam física e psicologicamente, nos anulam, nos invisibilizam, nos calam e isso não deveria acontecer.
O livro contém 37 poesias e 7 capítulos. São eles:
Uma mulher limpa
Mulher de
A mulher é uma construção
Um útero é do tamanho de um punho
3 poemas com auxílio do Google
Argentina
O livro rosa do coração dos trouxas

Na discussão sobre o livro que fiz com a Dai, tivemos a mesma dificuldade de compreensão e achamos que foi porque não somos leitoras e estudantes dedicadas de poesia, ainda mais a contemporânea, que parece mais complexa do que as mais antigas. Além do mais, achamos a Angélica complexa também, aliás, comentei que já li outras poetas contemporâneas e consegui alcançar, perceber mais os significados das poesias. Mas, a Dai me chamou a atenção para uma coisa: nem sempre a poesia precisa ser entendida ou entendida como achamos que deva ser.. e se segue a complexidade instigante da coisa.. (rs).
Revi e aprendi as características dessa poesia, como: a não obrigatoriedade das rimas; a elaboração de versos livres; o uso do Google para fazer poesias, o que, para alguns, é uma polêmica, pois pode gerar uma generalização ou redução de conceitos ou ideias; a falta de pontuação, de letras maiúsculas, principalmente no início dos versos.
Em algumas poesias, ela faz referência à escrita; à mitologia grega; a outras coisas das quais não tenho conhecimento e, assim, a autora vai apresentando e fazendo suas críticas da forma como manda sua poesia, seu fazer literário e sua "bagagem".

O quanto amei: 🖤🖤🖤



Fora tudo isso, percebi que gostei mais do livro do que imaginava, curti demais, em especial algumas poesias, as quais destaco: metonímia; querida angélica; a mulher vai; a mulher pensa.



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