T. S. Eliot. As três vozes (p. 122-139)
Eu nunca tinha lido nada de T. S. Eliot, mas conhecia sua fama na teoria literária e já o admirava antes de ter acesso a seus textos e obras. A leitura desse capítulo só afirmaram o que eu já pressupunha.
Eu nunca tinha lido nada de T. S. Eliot, mas conhecia sua fama na teoria literária e já o admirava antes de ter acesso a seus textos e obras. A leitura desse capítulo só afirmaram o que eu já pressupunha.
O autor apresenta as três vozes da poesia: a primeira é a voz do poeta, que fala consigo ou com ninguém; a segunda, a voz do poeta ao se dirigir a um público; e a terceira, a voz de uma personagem imaginária que se dirige a outra, também imaginária. Aponta um problema na comunicação poética, existente na diferença entre as duas primeiras vozes, já que elas definem versos dramáticos, quase dramáticos e não dramáticos.
Quando o poeta escreve para a fala de um personagem alheio a si, deve fazer uma espécie de exercício de se colocar no lugar do outro, de saber como é ser aquela pessoa, além disso, a poesia, por si só, tem algo a dizer que é alheio ao autor e isso também deve ser observado na performance. Na dramatização, na performance do ator, não deve haver apenas a representação do autor naquela fala, mas a ação dramática precisa convencer o público de que ela é necessária.
Eliot, ao dar continuidade ao desenvolvimento de suas teorias, dá a impressão de um retorno à afirmação de que, não necessariamente, as três vozes estejam separadas ou se excluam. Mesmo que o poema não seja para uma plateia, o autor se preocupará em saber o que ele tem a dizer a outra pessoa, depois de ter satisfeito a si mesmo.
Ele conclui afirmando que fez essas especulações para o leitor de poesia, mas eu achava que ele falava para o escritor de poesia. Entretanto, fez muito mais sentido ele falar para o leitor, observador, estudante, pesquisador de poesia, a fim de que entendêssemos suas mensagens, algumas vezes oblíquas, obscuras. Esse é mais um ponto para ser observado na poesia e facilitar sua compreensão: a análise das três vozes do autor.
E, mais uma vez, a voz é tratada como a própria comunicação, e não seu instrumento, mesmo no texto escrito, que não é declamado ou performancizado, feito intencionalmente ou não para alguém, pois, como pudemos observar, até o poema pessoal é escrito para alguém.
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