Nogueira, Erich Soares (1971) - Vocalidade em Guimarães Rosa. - Campinas, SP [s.n.], 2014.
Os capítulos lidos desta vez foram: 1- Voz, linguagem e literatura; e 2- "Palavras de voz" (p. 9-82).
E foi mais um texto brilhante! Confesso que a parte teórica sobre voz e sua conceituação foi bem densa e complicada, mas se tornou facilmente visual no segundo capítulo, em que o autor aplica o conceito de "vocalidade", de Paul Zumthor, nas obras de Guimarães Rosa.
Nogueira defende, por meio de Cavarero, que a voz é única em cada corpo, logo, não existe voz sem corpo, ela é presença, é relação. A voz implica escuta, demanda um outro, tornando essencial a existência da alteridade.
Para Zumthor, voz porta a linguagem e "não se prende a um significado, procura seu lugar", por isso a "vocalidade" tem mais efeito para explicar a importância da voz do que a oralidade, que, muitas vezes se prende à palavra (letra, signo) e aos seus significados para ter sentido. A voz está além disso.
A grande questão é: existe voz na escrita? Como é possível?
O autor destaca que, na leitura, silenciosa ou não, um outro é evocado, existe uma voz, que gera uma escuta e procura seu lugar para estar, fazer sentido, exemplifica isso com as obras de Guimarães, que abordou a oralidade, demonstrada nas falas de seus personagens, pelos gêneros orais (cantigas, ditados, poemas orais, rezas e diálogos) usados nas narrativas e pelas onomatopeias (som que as coisas e os animais fazem).
Cada dia que passa eu me emociono mais com essa pesquisa. Valorizar a vocalidade, não menosprezando os textos, as escritas, é algo considerado, por muitos, um retrocesso, um desperdício, mas esse trabalho é de uma riqueza encantadora. E isso não é apenas uma "viagem", "coisa de artista", pejorativamente falando, isso é comunicação, é linguagem, é compreensão entre as pessoas, é liberdade de expressão.
Segue o link de acesso ao blog "Lendo canção", no qual se encontra a resenha do grupo completa:
http://lendocancao.blogspot.com/2020/04/resenha-vocalidade-em-guimaraes-rosa.html?m=1
Os capítulos lidos desta vez foram: 1- Voz, linguagem e literatura; e 2- "Palavras de voz" (p. 9-82).
E foi mais um texto brilhante! Confesso que a parte teórica sobre voz e sua conceituação foi bem densa e complicada, mas se tornou facilmente visual no segundo capítulo, em que o autor aplica o conceito de "vocalidade", de Paul Zumthor, nas obras de Guimarães Rosa.
Nogueira defende, por meio de Cavarero, que a voz é única em cada corpo, logo, não existe voz sem corpo, ela é presença, é relação. A voz implica escuta, demanda um outro, tornando essencial a existência da alteridade.
Para Zumthor, voz porta a linguagem e "não se prende a um significado, procura seu lugar", por isso a "vocalidade" tem mais efeito para explicar a importância da voz do que a oralidade, que, muitas vezes se prende à palavra (letra, signo) e aos seus significados para ter sentido. A voz está além disso.
A grande questão é: existe voz na escrita? Como é possível?
O autor destaca que, na leitura, silenciosa ou não, um outro é evocado, existe uma voz, que gera uma escuta e procura seu lugar para estar, fazer sentido, exemplifica isso com as obras de Guimarães, que abordou a oralidade, demonstrada nas falas de seus personagens, pelos gêneros orais (cantigas, ditados, poemas orais, rezas e diálogos) usados nas narrativas e pelas onomatopeias (som que as coisas e os animais fazem).
Cada dia que passa eu me emociono mais com essa pesquisa. Valorizar a vocalidade, não menosprezando os textos, as escritas, é algo considerado, por muitos, um retrocesso, um desperdício, mas esse trabalho é de uma riqueza encantadora. E isso não é apenas uma "viagem", "coisa de artista", pejorativamente falando, isso é comunicação, é linguagem, é compreensão entre as pessoas, é liberdade de expressão.
Segue o link de acesso ao blog "Lendo canção", no qual se encontra a resenha do grupo completa:
http://lendocancao.blogspot.com/2020/04/resenha-vocalidade-em-guimaraes-rosa.html?m=1
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