O livro inicia-se com uma crítica do autor a ideologia dos direitos humanos, colocando em pauta seus verdadeiros fins, já que se executa sob as bases do capitalismo, que rege maior parte do mundo, o que causa muitas contradições na efetivação desses direitos.
Desde sempre a religião comandava todo o mundo em todas as suas instâncias, somente a partir do Iluminismo, que, de fato, a laicização foi implantada, pelo menos nos discursos e no desenvolvimento de políticas a respeito de algo relacionado ao Estado, à economia e à sociedade em geral. Entretanto, ainda hoje há a busca por essa separação - religião/Estado.
Boaventura discute as boas contribuições que as teologias políticas podem dar à efetivação dos direitos, no entanto, não deixa de questionar até que ponto podem fazer isso e onde deveriam estar seus limites, já que dentro dessas religiões existem violações aos direitos humanos. Assim, discute de que lado elas realmente estão, se dos opressores ou dos oprimidos.
Vale ressaltar que além de aludir às questões conhecidas como polêmicas nos direitos humanos, enfatiza a questão das mulheres e o feminismo dentro das religiões citadas anteriormente e as dificuldades que enfrentam para o desenvolvimento de medidas que alterem seu modo de vida e, consequentemente, a implementação dessas medidas. Afinal, não tem como falar de direitos humanos sem incluir a luta da sociedade e, principalmente, das mulheres por eles.
Todos os cristãos deveriam ser anticapitalistas!! Os cristãos devem seguir o exemplo de Cristo e o que mais Jesus repugnava era a exploração de uma pessoa sobre a outra, a injustiça e a desigualdade entre os "iguais". Isso tem em toda bíblia, já indico como leitura, em especial, Tiago e seus capítulos 4 e 5. Acredite!! A bíblia tem ótimos argumentos que dão a base à defesa de uma sociedade não-capitalista!
O autor não se posiciona claramente diante de seu polêmico e instigante título do livro e ele conclui despertando no leitor o desejo de buscar por uma resposta ou discutir a esse respeito. E continuo me posicionando.. Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos, Ele lutaria contra esse sistema perverso, desigual, sujo e explorador, que na teoria tem (ou teve [se é que teve de fato]) boas intenções, porém, se utilizou de outros caminhos. Esse sistema que, diversas vezes, nós, sem percebermos, reproduzimos e damos todo apoio.
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