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quarta-feira, 31 de março de 2021

Desafio leia mulheres (fevereiro) - Ay kaky ritama: eu moro na cidade - Márcia Wayna Kabeba

 


Desafio leia mulheres mês de fevereiro - Autora do norte do Brasil 
Ay kaky ritama: eu moro na cidade - Márcia Wayna Kabeba (Livro 11 fev. 2021. 286p.)
Editora: Pólen
Ano: 2018
Nota: 5/5
Gênero: Poesia (indígena)

Gentee, esse livro foi um dos mais emocionantes que li neste ano. A cada leitura q faço de autores integrantes de parcelas excluídas socialmente e que mais sofre preconceitos, vejo q não existe narrativa melhor a ser lida!! É mt emoção, e não sei se é apenas afinidade e reconhecimento nesses autores e suas histórias, me parece q a "escrevivência", termo cunhado por Conceição Evaristo, é realmente tocante, diferenciada, envolvente e q mexe com as nossas estruturas internas, aquele famoso "tapa na cara", leva à reflexão, msm q a intenção dos autores não seja essa essencialmente. E foi o q senti com Márcia Kabeba, mulher indígena do Amazonas, norte do Brasil, da tribo Omágua-Kambeba.
Márcia, ingressou à Universidade para mostrar a história de seu povo, sua cultura para os leitores em forma de poesia e para se "armar" com a palavra pra proteger seu povo e lutar por ele.. E q coisa mais linda!! Esse livro foi resultado do seu mestrado em geografia. O prefácio é apresentado por um professor e pesquisador da Universidade Federal do Pernambuco, q fazia sua dissertação de mestrado se utilizando das poesias da Márcia em sala de aula a fim de trabalhar questões de respeito, diversidade, tolerância, e incentivo ao conhecimento do outro por meio da cultura indígena da tribo de Márcia. As atividades tinham como título "um encontro com a poesia indígena na sala de aula". 
A autora aborda os costumes ritualísticos, as crenças de seu povo; as histórias dos ancestrais e o respeito e devoção a eles; as violências e violações q sofreram e ainda sofrem com a colonização e o colonialismo, a imposição de culturas, costumes e línguas q não as suas; a valorização da natureza de uma maneira mt particular e cheia de sentimento. E enfatiza a importância e a continuação da oralidade como o meio de comunicação e perpetuação da cultura como o mecanismo mais importante para isso. O livro contém fotos e desenhos da cultura, da natureza, das pinturas, o q deixa a leitura mais imersiva e envolvida.
Eu chorei em vários momentos, me arrepiei e senti meu olho brilhar em toda leitura. É mt importante saber, ouvir/ler como o outro se sente violado e atingido com certas ações, como é importante respeitar e apoiar o diferente. Pensamos em coletividade, mas em uma q respeite as diferenças, seres humanos não são iguais, não existe lógica em uniformizar nada para nós.
O desafio leia mulheres smp me proporciona conhecer histórias e autoras incríveis! Smp me surpreendendo com as indicações e me emocionando com essas mulheres perfeitas!! Recomento demais a leitura! 

Percy Jackson e os olimpianos: o mar de monstros




Percy Jackson e os olimpianos: o mar de monstros - Rick Riordan (Livro 11. fev/2021. 304p.)
Editora: Intrínseca
Ano: 2006
Nota: 3/5
Gênero:  Romance (infanto-juvenil)

Esse é o 2º livro da saga, de 5 (tem resenha do primeiro aqui no perfil, li ano passado, confere na guia "livros de 2020"). Não me impactou tanto, embora eu tenha achado melhor do q o primeiro. É q eu tinha acabado de ler Harry Potter, deu uma ressacazinha literária.. Nada era tão bom qnt HP.. Isso contribuiu pra uma nota mais baixa. Mas a mitologia grega apareceu beeem mais forte neste livro e com mta referência à história de Odisseu e de Medeia (e Jasão), q eu aaamoo!! Essas são mitologias gregas originais. 
Dessa vez, a missão de Percy não começou com profecia, como no livro anterior, mas tinha a ver com a profecia de outra heroína. Ele foi mandado ao acampamento meio-sangue, antes do previsto pq o local e, consequente seus habitantes, corriam perigo. A árvore de Thalita, filha de Zeus, q dava vida ao acampamento, à fauna e flora do local, foi envenenada. Então, a missão de todos era descobrir quem havia feito isso e descobrir um antídoto pra tal tragédia. E descobriram: o velocino de ouro, o q já era previsto, pra mim. Então, a missão era buscá-lo, na Ilha de Polifemo, o ciclope, localizada em uma espécie de outra dimensão. 
Novas aventuras acontecem, novos personagens aparecem, os vilões estão em maior número e Cronos, mais vez, tem sua influência nas desgraças ocorridas na narrativa e não desiste de sua vingança com Zeus, principalmente, seu filho, q o destronou. Cronos consegue aliados, até então, despercebidos aos acompanhantes da saga.
Chamo a atenção para a importância de conhecer essas mitologias originais, durante a leitura, pq clarifica mta coisa. As principais referências à mitologia grega são sobre a história de Hércules e seus 12 trabalhos, Jasão e os argonautas, Medeia, Andrômeda, a Odisseu (graças ao apoio de Hermes e Atena, e a interferência de Poseidon na missão e em boa parte do contexto), Deméter, hidra, entre outros q aparecem dsd o outro livro. 
E vamos para o próximo!!

terça-feira, 23 de março de 2021

Harry Potter e a pedra filosofal - J. K. Rowling



Harry Potter e a pedra filosofal -  J. K. Rowling (Liro 10. fev/2021. 256p.)
Editora: Rocco
Ano: 2019 (ano dessa edição); 1997 (da primeira) 
Nota: 5/5
Gênero: Romance (infanto-juvenil)

Antes de mais nd, só tenho a dizer q me tornei fã dessa saga e sou completamente apaixonada, dsd então. Eu tinha visto o filme há quase 20 anos atrás (rs) e não lembrava de nada! Apenas q curti, na época, mas nd q me deixasse venerada como estou hj.
Não tem pq me aprofundar na resenha sobre a história, já q concluo q a maioria dos seres humanos (senão todos da minha faixa etária pra baixo) conheçam. Mas a narrativa é sobre um menino-bruxo (Harry Potter, vulgo HP), órfão, criado pelos tios e mais a companhia de seu primo (todos insuportáveis e injustos com o menino). Tinha uma cicatriz na testa q dizia mt sobre sua vida, q ele não conhecia, e a de seus pais. Ele não sabia q era bruxo até seu aniversário de 11 anos se aproximar e ele ter q ir para Hogwarts, a escola de bruxos, localizada em outra dimensão da terra. E, então, começa a melhor história q vcs poderiam conhecer, cheia de mistérios, aventuras, humor, lições de vida, q te prende e dá ressaca literária depois (rs).
Diante disso, destaco as partes q mais me chamaram a atenção, sem dar spoillers, obviamente. Primeira, a profecia de q Harry seria um menino conhecido por todos no mundo, o q não ficou apenas na ficção e me assustou, confesso (rs). Depois, a maneira como ele ia descobrindo sobre sua vida, seus poderes, sua fama e de seus pais; a construção dos personagens, os mistérios q os envolviam; os vilões e mocinhos dessa trama. O quadribol é um esporte bem peculiar e interessante, assim como os materiais e objetos mágicos, aquilo q seriam, pra nós, o material escolar. Enfim.. Só de escrever sobre me animo de novo!!
Harry Potter é bem ousado, burrinho algumas vezes; Hermione, sua amiga, me parece a queridinha principalmente das leitoras; e os outros personagens (mil) q são mt peculiares e especiais,  não odiei nenhum!!
Foi mt bom e tô louca pra continuar a saga!!

A casa das belas adormecidas - Yasunari Kawabata



A casa das belas adormecidas - Yasunari Kawabata (Livro 9. jan/2021. 128p.)

Editora: Estação liberdade
Ano: 2004
Nota: 3,5/5
Gênero: Romance psicológico (ficção) 

Este livro, assim como "Por favor, cuide de mamãe" e "O mar de sargaços" (ambos resenhados este ano aqui no perfil), me marcou e impactou demais. Foi intenso, denso, confuso, cheios de reflexões.. Parecia q minha cabeça pesava uma tonelada, ainda mais q fiz a besteira de ler num desafio literário, tive q ler em um dia. Já admito q precisarei de releitura dele. Foi uma indicação, dsd o ano passado da Vanessa, q smp me indica livros incríveis! Ela estuda sobre esse livro, já fez mestrado e escreveu artigo sobre ele, arrasa toda!!
A história é sobre um idoso (Eguchi) que frequenta, no início com alguma hesitação, a uma espécie de prostíbulo, a "casa das belas adormecidas", por indicação de um amigo tb idoso. As mulheres e jovens prostituídas nessa casa eram diferentes, assim como td lá. Elas eram dopadas, a ponto de durante toda a noite, por exemplo, ficarem apagadas na cama de um quarto; ficavam nuas, prontas a serem apreciadas pelos homens que pagavam por elas. Eles não poderiam ter relações, pelo menos foi o que eu entendi, os velhos podiam dormir com elas, tocá-las (mas nd q pudesse configurar em ato sexual) e observá-las, caso contrário, haveria uma punição q nunca foi dita, mas o acordo era respeitado. Não vi sentido nessa loucura, mas os idosos q iam até lá, se deparavam com a decrepitude de sua virilidade; assim, estar com elas, nessas condições, de alguma maneira, alimentava o q havia se perdido neles. Eguchi não aceitava a velhice.
Ele era um cliente diferente, parecia ter medo de tocar nelas, mas, ao longo da história, pensava em fazer coisas q as machucassem ou as levassem à morte (isso foi mt doentio e indigesto de ler). Além disso, pensava em sua própria morte: em suicídio. As mulheres com as quais ele dormia as faziam lembrar de outras mulheres de sua vida, como esposa, amante, filha e mãe. O q deixou td mais doentio ainda.
Ao conversar com Vanessa, confirmei algumas impressões q tive ao ler, como: o fato de ele falar de coisas terríveis, mas não trazer isso efetivamente para as páginas, só nos fazer imaginar; de sua escrita "ser cheia de delicadeza, sedução e muito, muito imagética". Senti td isso, mas senti nojo tb e foi bem difícil insistir na leitura. Pq ele me fez imaginar várias coisas.. no q as mulheres podiam estar levando pro subconsciente, durante seus sonos pesados, as "psicopatias" dele, elas tavam sendo violadas.. Achei machista em vários momentos e racista tb. A narrativa é mt psicológica, de fato, e isso foi mt incrível!
O q curti foi a questão da memória, da digressão, dele n dizer as coisas claramente, de o presente smp remetê-lo ao passado. O fato de ele deixar várias questões em aberto no final.. Isso me atrai. Por ex., temos q ficar bem atentos ao q realmente se deu com a mulher morta, pq ela morreu, se aquela casa teria um fim ou não, se ele ia se matar msm ou se matou. Enfim..
A primeira impressão q tive era a de q ele era um pedófilo nojento! Depois, q prazer esquisito era aquele daqueles velhos??? Ele mexia na boca delas, tocava nelas naquele estado (dopadas).. As mulheres não tinham nomes, eram objetos, em aguns momentos deu a entender q mulher é o bode expiatório (sacrificada para a remissão de outros) pq poderiam ser a reencarnação de Buda. Isso foi mt abusivo pra mim.. Acho q foi pior do q seria uma história sobre prostituição, como conhecemos, n sei..
A vanessa tem um artigo sobre este livro.. PERFEITO!!! Amei a abordagem que ela deu ao prazer dos homens no silêncio da mulher; do inverno (estação em q se passou boa parte da história) ter a ver com a morte; sobre os temas "amor" e "morte", "mulher" e "morte"; e sobre a questão da memória. Indico mt a leitura!



Me ficou uma questão: de que forma o nome da casa (título do livro) tem a ver com a bela adormecida da Disney? Porque elas n eram acordadas com um beijo, p.ex., ou de forma nenhuma. Ou só tinha a ver com o fato de dormirem e ficarem em silêncio e sendo observadas?
Leiam esse livro e comentem cmg!!! 

domingo, 14 de março de 2021

A voz da sereia volta neste livro - Amanda Lovelace

 


A voz da sereia volta neste livro - Amanda Lovelace (Livro 8. jan/2021. 208p.)

Editora: Planeta
Nota: 3,5/5
Gênero: Poesia 

Este é o 3º livro da série "As mulheres têm uma espécie de magia" da autora (ver post anterior, em q falo sobre o 1º e brevemente sobre o 2º livro). Ele me gerava muita curiosidade pq estudo há um tempinho sobre musas e sereias; canto e encantamento; o poder da voz, da palavra; a verbivocoperformance (a grosso modo, palavra, voz e performance). Esse tema aborda a questão da sereia, do silenciamento delas, q, na Antiguidade, eram serem horrendos, poderosos, perversos e q ngm podia com elas. 
Ao longo dos séculos, como forma de silenciar as mulheres (a literatura e arte eram usadas pra legitimar isso [e ainda se usam]), personagens mitológicos e históricos que eram exemplos de empoderamento de mulheres, foram sendo transformadas, para que não houvesse inspirações à rebeldia feminina, de modo algum. Isso tb aconteceu com as sereias, eram poderosas; depois, se tornaram as belas "mulheres" q enfeitiçavam os homens, como as q cruzaram o caminho de Odisseu, em "Odisseia"; depois, Ariel, da Disney, uma sereia fofa e dócil, q vivia em função de mudar sua natureza por causa de um homem; até chegar à pintura de René Magritte, em q na parte de cima, ela é um peixe; e na de baixo, mulher, silenciando-a totalmente, como na foto abaixo.


Enfim, após essa digressão, esperava q este livro fosse envolver poesias a respeito desse contexto, diretamente, mas não foi bem isso. O título tem td a ver e, de uma certa forma, a vida da autora se encaminhou pra essa reviravolta: o retorno da voz da sereia.
Na primeira parte, "O céu", as poesias misturam ficção e realidade, no que diz respeito ao fato de a narradora da poesia ser a pessoa ou a personagem da sua história, eu achei esso jogo mt interessante. Ainda envolvem violência sexual e paixão. Me deu a entender q o céu era como se fosse uma ilusão, um deslumbre ou a parte do aconselhamento.
Este livro fala mt sobre a relação mãe-filha, e na segunda parte, "O naufrágio", as poesias são sobre violências sofridas em relacionamento tóxico, principalmente, sobre mãe e filha.
A terceira parte, "O canto", Amanda faz poesias sobre os relacionamentos, sobre a realidade deles, sobre relacionamentos abusivos e sobre amizades, um assunto smp envolvendo outro. 
E na quarta parte, "A sobrevivente", a autora reafirma essas temáticas, além de trazer, no final, a participação da composição de poetas que ela admirava e que a encorajaram a escrever esse livro. Achei mt interessante a divulgação de outros poetas.
Após as poesias, Amanda explicou o significado de cada livro, e neste, ela volta a ter voz, solta a sua voz e seus segredos guardados à chave. Ela mostra e espera de suas leitoras q não se permitam mais ser silenciadas, assim como ela foi. Isso muda as pessoas, muda vidas, inclusive as de qm se expõe. Q cada uma tenha sua maneira mais segura e confortável pra essa exposição, a dela foi a poesia, e nos instiga a descobrirmos as nossas.
Mais uma vez, vejo o qnt a poesia liberta e transforma as pessoas. Eu só tenho amor por ela.

A princesa salva a si mesma neste livro - Amanda Lovelace



A princesa salva a si mesma neste livro - Amanda Lovelace (Livro 7. jan/2021. 208p.)
Editora: Leya  
Ano: 2016
Nota: 3,5/5
Gênero: Poesia 

Este é o 1º livro de poesias da série "As mulheres têm uma espécie de magia", em que a autora fala sobre sua vida  com momentos bem delicados, de uma "princesa" que desmorona nas cinzas e se torna "rainha" - ela msm, fala sobrre td q perdeu, q amou, lutou e seus passos pra sobreviver. O  3º livro, explica isso mais claramente (resenha do próximo post). 
Eu comecei a lê-la pelo segundo, ganhei de presente, em 2019, e me apaixonei pela autora, inclusive é o meu livro preferido dos 3 ("A bruxa não vai para a fogueira neste livro") pq ela fala de machismo e feminismo, de empoderamento e esclarecimento desses pontos de uma forma marcante, forte, debochada e divertida. E ela diz q, nesse livro, ela fala da "princesa" que sobreviveu e q, agora, se vingaria. A bruxa revoltada, poderosa, q ainda não estava pronta pra abrir seus segredos.
em "A princesa salva a si mesma neste livro" senti mta tristeza e mais cunho autobiográfico do q no 2º. Ela faz poesias sobre a maternidade, sobre como ela pode ser tóxica e qnts expectativas os filhos sentem em relação a isso. Tem poesias sobre mães abusivas e mães respeitosas.
Ela ainda aborda questões sobre bulling com mulher gorda, logo, tem poesias sobre o corpo, sobre empoderamento e aceitação, q abrange outros corpos, não só o corpo gordo. Tem ainda poesias sobre relacionamentos abusivos amorosos, de amizade; poesias sobre amor, sobre amizade, sobre ser filha e irmã, o que mexe mt cmg. 
A segunda parte, gira mais em torno de poesias sobre decepções amorosas, perdas e mortes. Essa parte foi bem triste!!
As partes seguintes são de poesias mais alegres, em alguns momentos, mais empoderativas, em que Amanda faz poesias a respeito da relação dela com um homem que deu mt certo. Mas tb fala de machismo, feminicídio, e, no finzinho, sobre humanidade.
Em suma, as poesias mostram o qnt Amanda sofreu, mas o qnt ela evoluiu e ainda lida com seus traumas, e seus livros contribuem pra q outras princesas se tornem rainhas, bruxas não vão às fogueiras e sereias voltem a cantar, empoderando mulheres, e mostrando um empoderamento possível, cujas lutas são reais, logo, as armas tb devem ser.