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segunda-feira, 23 de março de 2020

O conto da aia - Margaret Atwood


Desafio Leia mulheres de Fevereiro - distopia

O conto da aia - Margaret Atwood (366p. [L.6/fev-2020])
Eu já tinha vontade ler e ter esse livro há alguns anos e, finalmente, tive a oportunidade. Eu já tinha
visto a série, quase toda a primeira temporada apenas, a qual o livro se refere. 
É mt interessante a maneira como a sociedade é descrita e nomeada na narrativa. Isso chamou a
minha atenção para lembrar q todos os nomes de coisas, lugares ou pessoas têm significados,
nenhum é por acaso. Às vezes, de tanto ouvir, acabamos esquecendo que as nomeações têm
intenções e objetivos. 
Gilead é a cidade onde o novo sistema socioeconômico acontece e onde a narrativa se passa. O
contexto na região era de guerra, além disso, existia uma contaminação química que tornava as
pessoas estéreis. Então, foi desenvolvida essa nova lógica extremamente machista e retrocedida,
com base nos preceitos cristãos, no que diz respeito principalmente às mulheres, na qual elas eram
capturadas e destinadas a viverem apenas para a reprodução, obrigatoriamente, ou seja, por meio
de estupros.
Era uma sociedade extremamente controladora e punitiva, os Olhos eram as espécies de soldados
que vigiavam td e puniam os "destoados"; as tias instruíam as aias no Campo Vermelho; os
guardiões os homens que acompanhavam ou direcionavam  as aias; Marthas eram as que cuidavam
da aia, dos bebês qnd nasciam e da casa; os Comandantes eram os donos da casa e das aias; as
não mulheres ocupavam o pior status que as mulheres podiam ter, ele abrangia as que não
conseguiam ter filhos (independia se a esterelidade fosse do Comandante), as que desobedeciam
às regras e as idosas.
O dia a dia é tomado de regras e rituais, como ir às compras, rezas, cumprimentos entre as
mulheres, cerimônias, salvamento de mulheres e de homens (terrível), dia de banho, julgamento,
entre outros, que eram enraizados em todos da sociedade e tinham punições extremas, caso n
fossem cumpridos.
A protagonista, Offred, tem mtas digressões, por vezes, sua nova vida remete às lembranças da
sua antiga, com seu marido, filha, mãe e Moira, uma amiga que também foi para o Centro Vermelho,
para onde as aias iam aprender a sê-las.
Outra coisa que me chamou mt atenção foi o fato de as aias fazerem coisas ruins ter boas
referências, o errado virava certo na mente delas, o medo, a lavagem cerebral eram mt fortes. 
A maioria via facilmente a morte como solução, pq perdiam sua identidade literalmente e, observei
o qnt são detalhes que formam e fortalecem a nossa identidade e o qnt isso é que nos torna vivas,
donas de nós. 
Offred não era revolucionária e feminista, como sua mãe e Moira, mas ela tinha um senso de
sororidade que nem ela se dava conta do q estava fazendo. Pensava smp em ter o mínimo de
empatia com as outras mulheres (aias e marthas, principalmente) pq desejava e oferecia o mínimo
de apoio. O que me faz recordar o qnt as mulheres se sentem seguras com outras mulheres e isso
é tão lindo, embora perverso, nos falta liberdade de ir e vir, de ser.
O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤
*Curiosidade: Há "boatos" de que essa história seja baseada em fatos reais. Não existem mts
relatos sobre o que aconteceu na época, já que o sigilo era obrigatório e a escrita e qlqr registro
proibidos, não se têm fontes tão confiáveis a esse respeito. Mas ao final do livro, a autora destaca
fatos históricos sobre esse projeto bizarro de sociedade.
*Curiosidade 2: As aias recebiam nomes com as seguintes estruturas morfológicas: of- de; fred- nome de batismo de seu dono, ou seja, Offred, aquela que pertence ao Fred.

Foto 1 - Capa do livro
Foto 2 - Autora

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