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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A bíblia sem preconceitos - Marcos Gladstone



A bíblia sem preconceitos - Marcos Gladstone (Livro 7. jan/2021. 51p.)
Editora: Não achei
Nota: 5/5
Gênero: romance (não ficção) 

Eu ameiii este livro e foi indicação da minha eterna treinadora e capitã, Thami. Ele se configura em um estudo q faz apologia à homossexualidade justificada na própria bíblia e desmitifica preconceitos em relação a esse público. 
Na apresentação e introdução o autor mostra q Jesus é amor, q Deus não despreza e discrimina ngm. Além disso, as diversas traduções da bíblia e suas influências particulares, podem ser equivocadas e manipuladas para interesses individuais e de controle. A seguir, apresentarei brevemente as discussões tratadas nos capítulos deste livreto e citarei partes do texto q me marcaram pra instigar vcs à leitura.

1- "Não é a primeira vez q a bíblia é usada para o preconceito"
Aqui, o autor mostra o livro em questão não deve se analisado e vivido apenas como regra de vida, sem levar em consideração o contexto sócio-cultural da época. Cita, como exemplo, a escravidão e a subalternização das mulheres como algo aceitável e certo pro contexto e, hj, inadimíssiveis.
"Deus vê o coração, sem cor, sem, raça, sem gênero, sem orientação sexual."

2- "Jônatas e Davi - namoro ou amizade?"
Este capítulo foi deslumbrante pra mim!! Eu já tinha ouvido falar sobre isso, mas nunca me dediquei ao assunto e realmente, tô 99% convencida de q eles não foram apenas amigos!! Aqui ele aborda os tipos de amor existentes no grego, o q amei! Puxando sardinha pro meu lado, né? rs.. Além disso lança vários questionamentos sobre essa "amizade" entre os dois.
"Sinceramente, nunca vi um homem q tivesse apenas amizade por outro homem dizer declarações sentimentais tão fortes, ter encontros de amor a ponto da alma de um se juntar a do outro, de se encontrarem privadamente, se abraçando, se beijando."
"(...) maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres" (II Samuel 1:26). 

3- "Pode ser possessão demoníaca?"
O autor aborda a questão da cura, da libertação q se propaga e se direciona aos homossexuais, ex., "Ngm fica liberto de uma doença e continua tendo os 'sintomas' da doença". Antes de ler esse livro eu já me questionei e falei sobre isto: não existe passagem bíblica em q Jesus tenha curado homossexuais ou libertado nenhum deles de demônios. E eles já existiam.

4- "Deus criou o macho e a fêmea"
Rs.. Este é um dos argumentos mais comuns usados contra homossexuais. Deus criou humanos para procriar, até pq, naquela época, o mundo precisava ser povoado. Mas sabemos q nem todo hétero deseja procriar, então, na minha opinião, esse n é um argumento plausível. Tem ainda a questão do desejo sexual, de desejo não natural, mas nem todo gay, por ex., tem prazer no sexo anal. Prazer sexual vai mt além de órgãos genitais.
O autor tb esclarece a confusão entre gênero e orientação sexual, q são coisas diferentes.

5- "Procriação sim, mas e os eunucos?"
Aqui eu descobri q os eunucos não eram apenas aqueles caras q escolhiam servir o rei, eram "castrados" e viviam no harém, entre as mulheres do rei, dentre outras funções, eles cuidavam dessas mulheres e as preparava pro encontro com o rei. Eles eram gays tb. Cuidavam das maquiagens, das joias, das roupas das mulheres. Historicamente isso é comprovado, como se pode ver em filmes de época, por ex. Alexandre, o Grande, era um eunuco, grd amor da vida do imperador. O eunuco, pro qual Filipe pregou e q ele batizou (Atos 8), era funcionário da Rainha Etíope, Candace.

6- "Homoafetividade e os traumas sexuais"
Esse é outro argumento q as pessoas usam pra justificar a homossexualidade como um erro e uma doença q tem tratamento: traumas vividos na infância. Aqui, o autor usa como ex. a história de conhecidos q tiveram problemas familiares na infância e q não tiveram. Um, filho de pastor, família perfeita (inclusive ele), e é gay; outro, abusado sexualmente pelo pai até os 13 anos de idade, é hétero. Ou seja, justificativa rasa e falha.

7- "Sodoma e Gomorra (Gênesis 18:19)"
Esse foi um capítulo bem curioso tb. Eu já tinha pensado a respeito, o texto não deixa claro q Deus destruiu a cidade pq eram homossexuais, mas sim, q as pessoas eram sem escrúpulos, não respeitavam ngm, eram desumanas, "rejeitaram o conhecimento" (Oseias 4:6). Até pq, naquela época, "violentar sexualmente 'visitantes'" era "uma forma de intimidar e refrear o envio de espiões". 
O autor justifica e argumentar, embasado na história e na tradução, q a homossexualidade abominável era aquela usada para humilhar alguém, como faziam em repulsa a estrangeiros, "isto é exatamente o contrário da vontade de partilhar afetivamente uma vida a dois". Tem tb a questão de relação homoafetiva em rituais pagãos, como tinham as heteroafetivas tb.
E aí tem uma questão, o autor usa o o versículo 49, do cap. 16 de Ezequiel pra justificar qual foi o erro de Sodoma, mas no versículo 50 tem especificamente a citação à homossexualidade, e o autor n cita nem argumenta, o q deixa seu argumento falho ou incompleto, neste caso.

8- Levítico 18,22 e 20,13
As pessoas usam esses versículos como base pra abominação da homossexualidade, porém, o autor usa o questionamento de uma ouvinte de rádio, q questionou uma locutora homofóbica. Ela traz a questão do sacrifício do bezerro; tocar num cadáver de porco e se tornar impuro; comer marisco era abominável; ter ctt com mulher no período menstrual; plantação de diferentes sementes no campo; cortar cabelo era proibido; aproximação do altar de deus se tiver um defeito, como deficiência física ou uso de óculos, por ex.; e a posse de escravos. Eu achei brilhante!!
Ponto importante: A palavra "abominação", no antigo testamento, é utilizada num contexto de IDOLATRIA em toda lei. É um ponto q pretendo aprofundar nas traduções.

9- Romanos 1, 21-28
Esse é o versículo mais comumente citado pra abominar os homossexuais. O autor traz a história romana (e tinham as gregas anteriormente) pra explicar o q significavam as relações homossexuais, comuns à época. Em q a mulher era necessária apenas para procriar; prazer, os homens tinham com outros homens, isso era honroso e digno aristocraticamente. Agora vc vê, né? rs..
Argumenta q a inaceitação aqui era pelo msm motivo da anterior: idolatria, humilhação, uso da relação homossexual q não fosse pra fins afetivos.

10- 1 Coríntios 6, 9-10 e 1 Timóteo 1,10
Aqui o autor traz as reais traduções sobre "malakoi" ("mole") e "arsenokoitai" (tradução obscura, mas já foi traduzida como "masturbadores", em algumas épocas), palavras em grego, traduzidas como efeminados e sodomitas, respectivamente ou, "adúteros" e "homossexuais" ou ainda "homossexuais ativos" e "homossexuais passivos" (kkkk.. apelaram, essa é a versão da Nova versão Internacional (NVI)).
Mais uma vez, o autor argumenta o motivo real da homossexualidade abominável.

No final, tem a explicação de como surgiu a Igreja Cristã Contemporânea e sobre a vida do autor. 
Indico mt esta leitura, não (num primeiro momento) como guia de vida ou pra tomarmos como abolição da bíblia, mas pra questionarmos o q lemos e aprendemos.. Pra questionarmos o desrespeito e "semetência" na vida alheia. Até pq é um livro bem curto e o autor não aprofunda tanto as questões. É mais uma base pra buscarmos aprofundamento, e pra lançar a famosa "pulga atrás da orelha".
A resenha ficou um pouco longa, mas esse assunto é polêmico e mt caro a mim. Acho q vale à pena conferir, e mais, ler o livro! R$ 11,00, na Amazon.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

A cor púrpura - Alice Walker


A cor púrpura - Alice Walker 
(Livro 6. jan/2021. 336p.)
Editora: José Olympio
Nota: 4/5
Gênero: romance (clássico) 

O impacto dessa história já começa na primeira página e a segunda destrói o coração! Celie, a protagonista, é uma mulher preta e pobre, de uma cidade no interior dos EUA. Sofre estupro do padastro e tem a vida, quase inteira, vivida e marcada por mt sofrimento, humilhação, por situações q a anulava e a impediam de conhecer a si msm. O livro é uma espécie de diário (fictício), em q Celie escreve cartas pra Deus, pq ela diz q enquanto escreve não para de viver. Lá, ela coloca suas experiências, da maneira mais inocente, o q acaba deixando td mt triste; revela seus desejos; insatisfações; fala sobre a vida dos personagens q cruzam sua história; sobre sua relação com eles e, principalmente, com Shug Avery, sua salvação e perdição ao msm tempo. Depois, ela começa a escrever pra sua irmã, Nettie, q tinha fugido de casa, depois de Celie ter sido obrigada a casar, e tornou-se missionária na África.
A narrativa aborda mtas questões de violência contra mulher, mas a maioria delas não aceita essas imposições bizarras e lutam, morrem contra o sistema da época (início do séc. XX). Aborda ainda, de uma maneira simples e cotidiana a questão racial, gerando mtas reflexões impotantíssimas. Tem tb a pauta da sexualidade, da descoberta de si e a influência na descoberta alheia, essa abordagem se deu de forma fluida e tranquila, assim como qse toda situação no livro, talvez, pq fosse uma espécie de diário, n sei. Mas foi essa a impressão q tive, n tinha enrolação, nem tabus pra se falar das coisas.
Outro assunto envolvido na maior parte do livro é o da catequização, qnd Nettie contava em suas cartas sobre o trabalho missionário e os conflitos religiosos e culturais existentes nas aldeias, q N engoliram com facilidade a chegada de cristãos. Além disso, tinha a pauta da colonização e invasão de terras africanas, ela conta partes desse contexto e clarificar como  as colonizações se deram. 
Outra coisa q me toca mt e tem neste livro é a irmandade, o amor fraterno. Mt lindo o amor entre as irmãs. Teve ainda a questão do preconceito linguístico q me atrai demais e sobre a concepção sobre Deus. A visão q Shug tem sobre Deus é a coisa mais linda, e a q Celie tem é aquela mais comum e preconceituosa sobre ele, q o limita e é ilógica. Nettie Tb fala sobre isso em suas cartas e explica pq mudou a visão q tinha e q Deus estava em td e era mt mais do q poderíamos imaginar, q já ouvimos falar e ela descobriu isso com o trabalho missionário.
O final foi feliz, pelo menos, embora td se encaminhasse pra desgraça e aí tem um truque de indução literária, q eu caí, mas amei a surpresa. Foi perto do fim da vida de todos os envolvidos, mas deu certo. 
No geral, a história é bem pesada, uma realidade, né? Mas é tb mt "aconchegante", tocante e íntima, eu curto isso. Leiam!!! 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Os sete maridos de Evelyn Hugo - Taylor Jenkins Reid

 


Os sete maridos de Evelyn Hugo - Taylor Jenkins Reid (Livro 4. jan/2020. 360p.)

Editora: Paralela
Nota: 5/5
Gênero: romance (ficção) 

Antes de mais nd, um fato cômico: qnd minha irmã viu esse livro na minha mesa, ela disse: "Sete maridos??? Eu n dou conta de um". Eu não aguentei!!! Kk.. E disse: Eu não dou conta de nenhum!". Fiquei pensando como os títulos podem dizer tantas coisas. 
Q livrão!!! Já queria ler dsd o ano passado e tinha mta curiosidade, então, neste ano, entrei numa LC e foi incrível!! 
É uma história cheia de violências, machismo, submissões, obrigações, felicidades e infelicidades, negação de si, arrependimentos, perdão e amadurecimento. Facilmente, se tornou um dos meus preferidos e o melhor do ano até agora. 
Já comecei amando pelas referências a livros e filmes, em seguida, por ter personagens negras na narrativa e em papéis de protagonismo. Fora o enredo q é perfeito! Eu N vi defeitos. 
A história tem como protagonista uma artista das telinhas, Evelyn Hugo, q decide selecionar uma jornalista, Monique, pra falar de sua vida, o q é um grd mistério, pq essa jornalista n tinha prestígio algum e a revista pra qual trabalhava n era das melhores da cidade. Mais tarde, Monique descobre q ela deseja algo mt mais surpreendente do q falar sobre o leilão de seus vestidos. 
Evelyn fala de seus 7 maridos e as histórias não expostas no mundo da fama. O primeiro é Ernie Diaz, q foi uma espécie de ponte pra q ela chegasse onde queria no mundo da fama. O segundo, Dom Adler, a primeira paixão de Evelyn, mas era um embuste abusivo e com um ego do tamanho do planeta terra. O terceiro, Mick Riva com qm ela teve o casamento mais rápido, mas, ao msm tempo, mais vinculado a ele. Porém, ela fez questão de se desfazer desse vínculo. O quarto, Rex North, um dos caras mais desejados do mundo da fama, mas ela n queria (e não teve) nada com ele. Tb não durou mt tempo. O quinto, Harry Cameron, foi o q durou mais, 15 anos, era seu melhor amigo, com quem teve uma filha e viveram mt bem. O sexto, Max Girard, foi a segunda paixão de Evelyn, mas Tb N durou pq ela percebeu q os interesses de Max eram outros, e não aqueles q geralmente levam duas pessoas a casarem. O sétimo foi Robert Jamison, mais uma relação de aparências e interesses, mas, dessa vez, algo mais maduro e por uma causa importante (necessária), assim como com Harry. 
Foi inacreditável como Evelyn fez sua grd descoberta no segundo casamento e ainda teve mais 5 depois disso!! Chocadíssima!! Fiquei me questionando o q a levaria a viver tal vida, depois entendi. 
Uma coisa foi Mt curiosa e bizarra: as tretas, injustiças e desonestidade no mundo das celebridades. Fiquei pensando em vários casamentos e relacionamentos expostos na Internet atualmente, deve existir mt mais fraude do q vdds neles. 
Em alguns momentos, fiquei revoltada com Evelyn, egoísta, aquele tipo de pessoa q qr td ao msm tempo e n se importa tanto com os sentimentos alheios, q faz td pela fama e ainda se acha certa. Entendo q ela era nova, teve uma família complicada, era deslumbrada e via a fama como td na vida, ainda mais por conta da influência da sua mãe e de td q elas viveram. Enfim.. Amo-odeio! Rs
Célia (qm leu/ler vai saber pq ela é importante na narrativa) tb amei-odiei.. Manipuladora, mt emocionada e impulsiva, só pensava no amor e não racionalizada seus impulsos. Além de ser abusiva tb, em alguns momentos, pra conseguir o q queria com Evelyn. 
Monique não julguei em momento nenhum, apenas no final, depois de sua revolta, questionei se ela deveria n ter feito realmente nd diante da decisão de Evelyn.. Uma questão complexa.. 
Mt complicado fazer essa resenha pq o enredo gira em torno de uma revelação q, se eu fizer, estarei dando o maior spoiller dessa história, além do último, q é a razão pela qual Evelyn escolhe Monique. E foi Mt chocante pra mim! A narrativa tem mtas descobertas, teve mts partes em q fiquei de boca aberta. Eu não queria q ele acabasse :(
Enfim, leiam e n vão se arrepender! Me causou mts sentimentos, eu chorei horrores, tive raiva, sorri, fiquei triste, amei e odiei mtas situações e todos os personagens, só n odiei o Harry, o mais perfeito de todos, inclusive, o capítulo sobre ele foi o melhor!