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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Desafio Leia Mulheres (agosto): Frankenstein - Mary Shelley




Desafio Leia Mulheres mês de agosto - Terror
Frankstein - Mary Shelley (320p. [L.26 -ago-2020]) 

Esse é um livro clássico da literatura inglesa, do séc. XIX. De terror, esse livro não tem nada, pelo menos para os dias atuais. Tem um suspensezinho, mas nada desesperador. Porém, não podemos esquecer que esse foi um dos primeiros livros a trazer esse gênero para a literatura mundial. Alguns séculos se passaram e mts avanços e mudanças aconteceram no que diz respeito ao gênero. Além disso, a narrativa é tratada como um dos primeiros livros de ficção científica.
Acho que quase todo mundo já ouviu falar desse personagem "Frankenstein". Eu, por exemplo, conhecia-o desde a infância, mas esse era o nome do monstro, diferente do livro, no qual, seu criador tem esse nome. A criatura é chamada por seu criador de "demônio", o "daimon", em grego, mas na verdade não é isso que significa "daimon" na língua, porém, ao longo do tempo, a palavra foi tomando novos significados, mesmo que equivocados.
Um fato curioso é que quem conta a história é o irmão de uma mulher, para quem ele manda cartas e explica, conta a história de Frankenstein, o qual encontrou no mar, em uma de suas viagens em busca de aperfeiçoamento. Ao longo da história, acabei esquecendo disso diversas vezes.. Achei isso bem legal! O homem conta a história, para a irmã, que Frankenstein contou a ele.
Frankestein era um pesquisador, cientista, apaixonado pelo conhecimento e a narrativa aborda o modo como o protagonista busca por isso sem limitações e cria um "projeto" de ser humano, que acabou em uma aberração física, o assustou e foi abandonado por seu criador. Isso gerou diversos problemas para Frankestein. Ele era o típico do homem egoísta, ignorante, desrespeitoso, insuportável! Que despreza o diferente e não se responsabiliza por seus atos e sofreria as consequências por isso.
A narrativa possui chantagens, vinganças, mortes - msm que sem mts detalhes. Tem mtas digressões (basicamente, qnd a pessoa fala de um assunto, mas faz uma pausa pra explicar outra coisa e acaba perdendo o "fio da meada", depois, lembra do assunto), o que tornou a leitura arrastada. Tem que persistir, o desejo de saber do fim, acaba instigando, mas não é fácil. Embora o livro não tenha sido tão legal, dá pra tirar mt coisa boa dele.
Adorei as referências sobre linguística e linguagem, sobre outras línguas. Eu amo isso nas narrativas.
E a grande lição do livro foi: as pessoas não nascem ruins, egoístas, maldosas e sem se importar com os outros, elas se tornam td isso, a não ser uma pessoa psicopata, mas os traumas, ao longo da vida é que vão agravando seu distúrbio. Além do mais, não devemos julgar ngm pela sua aparência física ou pela sua beleza e "perfeição" físicas; as pessoas são mt mais do que nossos olhos veem.
O monstro era um "ser humano" incrível, teve mt a ensinar aos ditos humanos, era mais humano que os humanos.

Curiosidade: Existe um filme sobre Mary Shelley, na Netflix e, segundo comentários, sinopse e a biografia dela, foi uma mulher que nos inspira e nos influencia a não desistirmos de sermos nós, msm contra as imposições sociais injustas a nosso respeito.

O quanto amei: 🖤🖤🖤




segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O perigo de uma história única - Chimamanda Ngozi Adichie

 


O perigo de uma história única - Chimamanda Ngozi Adichie (60p. [L.28-ago-2020])

Eu sou suspeitosíssima em comentar sobre livros da Rainha Chimamanda. Tudo que li dela é perfeito. Smp cheio de emoção, vivência, respeito e calma. Smp tocante.
Neste pequeno (vou chamar de) manual, ela apresenta e justifica a ideia de que não podemos tomar história nenhuma, conceito nenhum, característica nenhuma como verdade geral e absoluta sobre algo. Ela traz diversas experiências de julgamentos e generalizações, nos mostrando que essas alegações além de serem injustas não levam ngm a nda ou lugar algum, só diminuem pessoas, limitam capacidades e propagam mentiras.
Nem todo preto é bandido ou pobre; nem toda a África é pobre/miserável e cheia de guerras civis, além do mais, África é continente, composto de mts países; o Brasil não é todo praia, carnaval e putas; mulheres pretas não são incapazes intelectualmente de ser cientistas, professoras, médicas, advogadas, etc. Entende? São generalizações e reducionismos que o preconceito, a mídia, o capitalismo e as opressões fazem questão de impor a nós diariamente e durante séculos.
Vale ressaltar q isso diz respeito a qlqr história, por exemplo, qnd alguém nos fala de alguém ou sobre um grupo de pessoas.. Qnts vezes não nos sentimos com tempo perdido por ter julgado um ser humano incrível, descoberto assim, apenas depois de mt tempo?
Conhecer, estudar, pesquisar, respeitar e estar disposto a ouvir é básico e essencial para que inverdades não prevaleçam, direitos não sejam violados e o mundo seja mais tranquilo de se viver.
*Foto: blog Entre livros e personagens

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤

Desafio Leia Mulheres (julho): "A liberdade é uma luta constante" - Angela Davis

 


Desafio Leia Mulheres mês de julho - Clássico
A liberdade é uma luta constante - Angela Davis (144p. [L.27-ago-2020])

Q U E  M U L H E R !!! Foi uma honra conhecê-la e de uma forma tão "descontraída". Este livro contém 9 entrevistas dispostas em jornais e realizadas por meio de congressos. Ela responde a perguntas referentes à sua vida e sua participação política e social. 
Suas principais frentes de luta são o feminismo negro e a igualdade social. Angela acredita que é necessário mecanismos como a interseccionalidade, a erradicação das prisões e o engajado movimento das massas para que as opressões deixem de existir e as pessoas vivam a igualdade plenamente. 
Ela fala sobre as estratégias de luta e conquista dos objetivos que acha justos de uma maneira mt prática e acessível, msm q não seja fácil. Como ex-integrante do Partido  Comunista e do Partido Panteras Negras teve (e tem) bastante experiência com movimentos sociais, luta por direito, bem como contra a violência, as injustiças e truculências do Estado e seu braço forte, a polícia militar.
Este livro é um daqueles necessários na prateleira para consulta frequente. Davis nos ensina os caminhos pra eliminarmos desigualdades; nos aponta os erros ocorridos nos governos democráticos dos EUA e que contribuem para os atrasos e retrocessos atuais, no que diz respeito à execução de direitos já conquistados e validados legalmente; traz o conhecimento sobre os projetos de prisão, seu contexto histórico, a G4S (uma das maiores empresas privadas do mundo de encarceramento e segurança de artistas); e cita bastante a Palestina e seus mecanismos de segurança, aprisionamento, guerra e a sua influência nos demais sistemas carcerários e de treinamento em todos os países do Brasil.
A autora enfatiza smp que a escravidão precisa ter um fim, a abolição precisa ser efetiva, os discursos punitivistas precisam ser superados e, concomitante a isso, o racismo deve acabar. Pensar nisso, nos faz retomar a questão da interseccionalidade (as diferenças, as singularidades do ser humano), do decolonialismo (história contada pelo "perdedor", pela "vítima") tão necessários nos dias de hoje, mas tão desvalorizados e ridicularizados pelos fascistas de plantão, cada dia mais crescentes, alegando que "todos somos importantes", como se olhar as diferenças não fosse imprescindível para que todos acessem aos direitos. Ela faz questão de, a todo tempo, citar as "minorias" e as diferenças que precisam ser olhadas, planejadas e que se garanta direitos de forma diferente tb.
Angela Davis é mais uma referência de mulher negra feminista, ativista e preocupada com as desigualdades sociais e humanos. 

O quanto amei: 🖤🖤🖤🖤🖤