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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Desafio julho - "A primavera das pragas" e "O lado bom da vida"

Desafio literário duplo cumprido ✅✅
#DesafioLeiaMulheres deste mês era a leitura de uma autora que escrevesse poesias. E como todo livro que posto tem uma história este também tem. Fui a uma oficina do mulheres que escrevem, do evento de literatura feminina em minha Universidade, no mês de maio, e conheci algumas autoras, comecei a seguir as meninas e vi sobre seus livros, comprei o da Ana Carolina de Assis, "A primavera das pragas".

         

Vale ressaltar que amo a arte dessa capa!! *...*
Confesso que ainda tenho muita dificuldade para ler e entender poesias, ainda mais as contemporâneas, escritas no atual período literário, que não sei quais as características desse fazer literário, nem se existem. Mas com umas prévias e analisando um pouquinho o contexto atual, ajuda bastante.
O livro contém 23 poesias, cujas principais características apresentarei a seguir, que mais me chamaram a atenção e despertaram a minha curiosidade. 
Um ponto-chave das poesias é o amálgama literário, a fusão entre seres humanos, animais e a cidade, entre essas, há, geralmente, uma comparação de coisas negativas inerentes às três.
A ideia de queda, decadência se faz presente também, por meio de palavras como gravidade, queda, a ideia de olhar para o velho  sendo jovem. Existe ainda a ideia de caos, ora fazendo referência ao amor, às boas experiências, ora a experiências de uma realidade injusta, dramática e decadente.
Na maioria das poesias, existe a ideia do novo e do velho, questões sobre as diferentes gerações, sem fazer diretamente uma reflexão sobre isso, mas apontando para essa visualização, para se perceber as diferenças existentes entre elas.
Fala também sobre mulher de uma maneira incomum de se ver e, talvez, indesejada de ouvir, Ana (a autora) é bem irreverente quanto a isso e é incrível.
Em todas, aparece bem clara a questão das injustiças, das frustrações, da revolta,  do segredo, muitas vezes, do aparente comodismo, mas, na verdade, funciona muito mais como uma crítica.
Eu amei todas, principalmente as do último capítulo. E compartilho uma do segundo capítulo:

minha mãe trabalhava vendendo perfume
numa fábrica de enlatados
de dia fumaça branca
de noite fumaça preta
sardinha atum toddynho
chegavam em caxias lá em casa

a primeira vez que atravessei a ponte
vi containers e calculei
pelas horas fora de casa
pela quantidade de horas fora de casa
só podia ser tudo 
sardinha enlatada

Façam comentários!! ;-)

Para o #Desafio1LivroPorMês escolhi "O lado do bom da vida", de Mattew Quick.


Escolhi este porque peguei emprestado há uns meses, mas por conta das exigências literárias do trabalho e da faculdade, acabei adiando a leitura. Eu já tinha visto o filme e era apaixonada, agora, depois do livro, fiquei ainda mais. Os detalhes da escrita me ganham sempre!
A história é sobre um homem extremamente apaixonado por sua ex-mulher, Nicki. Ele fica psicologicamente abalado e/ou desequilibrado por causa de um acidente ocorrido no passado, causado não diretamente por Nicki, mas gerou consequências para todos os envolvidos. Pat, o protagonista, teve que ser internado em uma clínica para pessoas que precisam de tratamento psicológico, e, após um longo período, que nem ele lembrava quanto tempo havia passado, teve alta e colocou todos os seus esforços em reconquistar a ex-mulher. Porém, parte da sua memória havia se "apagado" temporariamente e ele tinha esquecido da parte mais importante dessa história. 
Nesse processo, Tiffany aparece e a história se passa de uma maneira incrível, pois ela também sofre com traumas e perdas, esta abalada psicologicamente e os dois se entendem, se compreendem, mesmo que de suas maneiras. E isso é incrível.
Este livro, realmente, como comentou uma das pessoas que dizem algo sobre o livro na capa, é uma forma de nos mostrar a depressão (e as pessoas que passam por ela) e o amor de uma maneira diferente, de perceber que são tantas as causas e os "gatilhos" para a depressão e o amor, que nos levam a questionar o julgamento nosso de cada dia, quase que involuntário, e olhar para o outro com mais empatia e compreensão.
Precisamos estar atentos à maneira como as pessoas se sentem com as nossas zoações, nossas ofensas, pois isso trazer sérias consequências.
O livro é incrível, uma leitura que prende e, ao mesmo tempo em que você quer acabar logo, deseja que a história não acabe. Eu tô deslumbrada! Queria falar muito mais sobre o livro e a história, mas odeio spoilers!
Destaquei duas frase que Pat dizia com frequência para si mesmo a fim de obter sucesso em seu tratamento e vou levar pra vida:
"Suas ações que fazem de você uma boa pessoa não sua vontade".
"Você deve ser gentil ao invés de ter razão".

Obrigada, Rhayane! Amei!!

Por hoje é isso! Bjos.

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