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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Desafio junho - "Laços de Família" e "A confissão de Lúcio"

Desafio literário duplo cumprido 
Neste mês as leituras ficaram bem literárias e eu amo! Vou tentar ser mais acessível possível em minha escrita.
#DesafioLeiaMulheres do mês de junho era ler uma autora de contos. Como, no mês anterior, eu tinha ganhado de presente (*...* e amei) o livro "Laços de família", de Clarice Lispector, aproveitei a oportunidade, até porque não sabia ainda o que ia ler.


O livro contém 13 contos, pequenas narrativas de ficção, que autora apresenta relatos de cotidianos femininos do início do século XX. A escrita tem muito das características do modernismo na literatura. Neles, há relatos de frustração, não só de um amor desejado e impossível de ser vivido, mas de uma vida idealizada, que não tem como ser real ou que por acomodação ou desilusão se não consegue viver o que se espera. 
Os eu-líricos (a grosso modo, quem narra a história na história, um personagem criado pelo escritor, que conta a história) dos contos são todos mulheres, exceto em um, que querem ser no outro ou de outra forma, típico da literatura moderna. 
Há o questionamento sobre o papel e os deveres das mulheres na sociedade e, consequentemente, no espaço privado, na família. Essa crítica se dá de forma irônica, mulheres cansadas destes lugares que lhes foram impostos. O modo com que se referem a preceitos cristãos e citações bíblicas também se dá da mesma forma, ou seja, existia uma sátira aos costumes e crenças da época.
Parece ter ainda uma crítica sobre a necessidade de ter dinheiro, a necessidade do ter, o sentimento de possuir, de possessão. 
Sentimentos como culpa, ódio, arrependimento, de desejo são bem comuns nesses contos, tornando a leitura intensa, forte, pesada (no melhor sentido da palavra), já que é carregada de sentimentos e vivências cotidianas.
Existem muitas questões de discussão literária, mas não é meu objetivo aqui.

Para o #Desafio1LivroPorMês , o livro "imposto", porque tive que ler pra fazer uma prova de literatura portuguesa, foi "A confissão de Lúcio", de Mário de Carneiro, escritor português, do início do séc. XX.



Esta novela (gênero literário) é PERFEITA!! Deus me livre! Acho que a melhor ficção (há dúvidas de que seja exatamente uma) que li neste ano. Eu fiz a leitura em um dia, não dá vontade de parar!
Os poetas do século XX, neste caso, de Portugal, apresentavam em suas literaturas a frustração do sujeito moderno. Porque o eu-lírico (explicado ali em cima) deseja sair de si para ser no outro, descobrir um outro em si, o que gera a frustração, já que isto é impossível.
Uma saída provisória desse péssimo estado de espírito são as sensações e o que elas podem provocar, fazendo com que a arte e literatura tenham um papel imprescindível nesse processo.
Existem diversas interpretações para A confissão de Lúcio, cumprindo bem seu papel de um fazer literário que defende o devir-autor, uma escrita em movimento, ressaltando a intertextualidade, ou seja, a obra se faz em rede, em construção com ela mesma, com outras obras e com outros autores, bem como leitores.
A história, sob uma primeira interpretação, é sobre um homem (Lúcio), que propõe uma confissão sobre o crime que cometeu. E aí entra uma segunda interpretação ou o questionamento do texto, era uma ficção ou uma autobiografia do autor (Sá-Carneiro)? Lúcio era Marta e Ricardo ou não? Parece que ele desejava ser os dois, mas não podia, então, seria melhor matá-los e viver em uma prisão (talvez, interna, pessoal) durante 10 anos para resolver "falar" sobre isso.
Parece confuso e realmente é, mas é maravilhosa esta narrativa!! Eu segui a história pensando que seria uma coisa e, no final, foi outra, que não acabou tão clara. Me gerou diversos questionamentos e eu quase morri quando acabou rs
Eu amo histórias assim, ainda mais quando posso nitidamente trazê-la a vida real.
Bônus:
Este livro está disponível em PDF, online, só clicar: A confissão de Lúcio. Vale à pena, é bem curtinho.

É isto..

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Desafio maio - "Mil pedaços de você"

Desafio literário cumprido 

Neste mês, só consegui cumprir o desafio leia mulheres :( Os afazeres acadêmicos ficaram pesados, as leituras a trabalho também. Mas no mês de julho já cloquei tudo em dia. Em breve, tem as postagens. Ler ainda é mais fácil do que escrever sobre os livros, dá preguiça, falta tempo, mas é um exercício que considero importante.

#desafioleiamulheres do mês de maio era ler uma autora de fantasia. Queria ler jogos vorazes de novo, mas preferi ler algo novo. Com minha irmã tinha sugerido uma trilogia que ela gostou muito, resolvi conhecer. Só li o primeiro livro, talvez, leia os próximos (rs). O livro se chama "Mil pedaços de você", de Cláudia Gray.


A história é sobre ficção científica de uma família de físicos, composta por um casal hétero, suas duas filhas, e dois amigos "adotados como da família, jovens também. Eles produzem uma espécie do que conhecemos como máquina do tempo, o "firebird", que é capaz de levar as pessoas a outras dimensões com algumas limitações.
Começa com a morte do Pai de Marguerite, a protagonista, e, em seguida, o desejo dela e de Theo, o amigo adotado da família, de encontrarem Paul, o suposto ladrão do firebird, que suspeitavam de ter ido para outra dimensão, a fim de se promover com a criação do aparelho. Os dois partem para outras dimensões e começam a saga. 
Eles só iriam em lugares pelos quais já tivessem passado, na vida de suas dimensões "de origem" ou de suas outras vidas (pelo menos, foi o que entendi, já que eles foram em dimensões de outro século). Para cada lugar que viajavam tinham vidas diferentes, ão muito diferentes das suas e não tinham suas memórias apagadas, mas precisavam ativar um lembrete para se lembrassem, quando esquecessem.
Marguerite ligou os transportes do firebird de Paul e  Theo ao seu, então, quando eles mudassem de dimensão, ela, quando mudasse, iria para a que ele estivesse.
O enredo se passa nessa saga, eles mudando de dimensão, vivendo histórias diferentes, se apaixonando e se confundindo e, no final, o culpado não é quem imaginamos, a história toda parece se contradizer, mas as viagens dimensionais explicam tudo.
É um livro interessante, principalmente por essa ideia de dimensões, que instiga e gera curiosidades e por supera as expectativas em relação aos mistérios da história.